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Nova política de dividendos da Copel seguiu critérios técnicos sem influencia política, diz presidente

A nova política de distribuição de dividendos da Copel, aprovada ontem pelo seu conselho de administração, valerá para eventuais proventos extraordinários a serem pagos pela companhia, esclareceu Daniel Slaviero, presidente da estatal paranaense, em teleconferência feita para esclarecer as mudanças. O executivo destacou que a mudança na política dos dividendos vinha sendo discutida há meses pela companhia e seguiu critérios técnicos, sem pressões políticas.

A Copel acumulou lucro de R$ 2,8 bilhões nos três primeiros trimestres do ano passado, enquanto sua alavancagem estava em 1,3 vez, enquadrando a companhia para distribuir 65% do lucro líquido ajustado como dividendos, pelos termos da nova política. Além disso, tinha, ao fim de setembro de 2020, R$ 4,8 bilhões em reserva de retenção de lucros, devido à dividendos retidos nos últimos anos. 

“Essa política se tornou válida a partir de sua aprovação ontem. Todos os direcionamentos, propostas e encaminhamentos seguirão essas diretrizes, inclusive o de reserva de lucros”, explicou. Assim, a companhia não poderá “limpar o caixa” para distribuir proventos aos acionistas.

O assunto dos dividendos da Copel veio à tona no início deste ano depois que o controlador da companhia, o estado do Paraná, pediu a distribuição de dividendos “no maior valor possível”, considerando as necessidades de caixa da companhia ao longo do exercício de 2021.

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“Além das equipes técnicas, contamos com assessores externos na definição das métricas e definição das melhores práticas”, disse Slaviero. Ele reiterou que houve “total autonomia desta gestão” na reformulação da política, que buscará dar o melhor retorno aos acionistas, além da previsibilidade e transparência sobre o fluxo de pagamentos.

Além da nova política de dividendos, a Copel também informou ao mercado as propostas de sua reestruturação de governança, que inclui a migração para o Nivel 2 da B3 e a criação de um programa de units, que devem dar mais liquidez aos papeis da estatal.

O governo do Paraná já se manifestou de forma favorável à migração do Nível 1 para o Nível 2, que dará direito a 100% de tag along aos acionistas, mas condicionou a mudança a realização de uma oferta secundária na bolsa, na qual vai vender parte do excedente do controle da companhia. Nessa oferta, o BNDES deve vender sua participação na empresa.

Segundo Slaviero, se a oferta secundária não avançar por questões diversas – como preço, por exemplo -, os avanços de governança da companhia não ficarão comprometidos, exceto a migração para o Nível 2 da B3. “A companhia não vai perder nada. Todos os avanços que mencionei, units, comitês, nada disso estará condicionado a nada”, disse.

O executivo disse não saber quanto do excedente do controle o governo do Paraná pretende vender, mas disse que sua recomendação é que não seja o total de ações, uma vez que há expectativa de que a companhia se valorize no mercado depois de todas essas mudanças. “O segundo ponto é que isso criaria um limitador caso queiramos fazer ofertas primárias no futuro, traria pouco espaço”, disse.

Slaviero disse não saber qual o preço mínimo considerado pelo BNDES para a operação, mas afirmou que essa questão será discutida com o avanço do processo da oferta de ações. “O sindicato de bancos está trabalhando com o BNDES e conosco para consolidar de maneira mais atrativa”, disse.

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