Consumo médio de gás natural recua 27,1% no segundo trimestre

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

29/Ago/2022 19:12 BRT

O consumo médio de gás natural no Brasil apresentou uma redução de 27,1% no segundo trimestre de 2022 na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo relatório divulgado pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), nesta segunda-feira, 29 de agosto.

A associação atribuiu ao recuo a boa recuperação das hidrelétricas que reduziram o acionamento de térmicas da fonte - caindo de 32 milhões de metros cúbicos/dia (m³/dia) no segundo trimestre de 2021 para 9,6 milhões de m³/dia no segundo trimestre deste ano -, registrando uma queda de 70%. 

Sem considerar o segmento de geração, o consumo médio de gás natural registrou um crescimento de 6,2% na comparação com o mesmo trimestre de 2021, saindo de 41,4 milhões de m³/dia para 44 milhões de m³/dia. A melhora é vista em quase todos os outros segmentos de consumo, sendo justificada, entre outros fatores, pelas condições mais favoráveis após o período mais crítico da pandemia de covid-19.

O consumo médio de gás natural por automóveis subiu 19,6% no segundo trimestre em comparação com o mesmo momento do ano passado. De abril a junho, foram consumidos 6,71 milhões de m³/dia ante os 5,62 milhões de m³/dia no segundo trimestre do ano passado.

A indústria foi outro segmento que alcançou maior consumo no período, alcançando um aumento de 5,2% no consumo médio. Outros setores que também tiveram um crescimento foram o comercial (23%), residencial (2,2%) e de cogeração (2,8%). 

Hoje o país possui mais de 4,1 milhões de unidades consumidoras de gás natural, entre clientes nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo. Segundo Augusto Salomon, presidente-executivo da Abegás, o Brasil precisa investir em políticas públicas para que os benefícios do gás canalizado possam chegar a mais unidades da federação, cidades e a novos segmentos de consumo. 

“Os leilões das térmicas a gás natural serão fundamentais para interiorizar as redes de gás natural, criando um sinal de demanda firme para a construção de infraestrutura essencial. O Brasil precisa de novas rotas de escoamento e unidades de processamento, ampliar a malha de gasodutos de transporte e adotar as termelétricas inflexíveis na base do sistema elétrico. Só assim conseguirá reduzir os níveis absurdos de reinjeção de gás natural na produção nacional, que superam 60 milhões de metros cúbicos/dia. Esse gás poderá garantir a segurança energética do país nas próximas décadas”, diz Salomon.