Reduzir usinas à carvão é o ‘grande problema’ para as metas climáticas, afirma IEA

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

16/Nov/2022 14:44 BRT

O ritmo atual da queima de carvão para produção de energia pode atrasar o cumprimento de metas climáticas, alerta o novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), publicado nesta terça-feira, 15 de novembro. Apesar de existirem políticas que “encorajam” a expansão de fontes renováveis em diversos países, para a IEA o grande problema enfrentado pelos governos é a redução dos ativos ligados ao carvão.

O levantamento aponta para cerca de 9 mil usinas a carvão em operação no mundo, representando 2.185 GW de capacidade. Esse volume está dividido em contratos de duração, em média, de 40 anos, nos Estados Unidos, e de 15 anos, em média, nos países asiáticos.

“O carvão é a maior fonte de emissões de CO2 no setor de energia e a maior fonte de geração de eletricidade em todo o mundo, o que ressalta o dano que está causando ao nosso clima e o enorme desafio de substituí-lo rapidamente, garantindo a segurança energética”, afirma o diretor-executivo da IEA, Faith Birol.

Segundo a agência, houve redução de novos projetos para geração de energia a carvão, porém, com a atual crise energética é possível que ocorra a aprovação de novas usinas movidas pela fonte.

Com as metas climáticas atuais, a IEA estima que a produção das usinas a carvão cairá cerca de um terço até 2030, sendo as fontes eólica e solar fotovoltaica responsáveis pela produção de 75% da energia faltante. Já para atingir as emissões líquidas zero até 2050, e limitar o aquecimento global a 1,5°C,  o uso de carvão deveria cair 90%.

Para mudar esse cenário, a Agência Internacional de Energia afirma a necessidade de que os governos acelerem ações voltadas ao subsídio de fontes renováveis, tornando a transição energética segura, especialmente em economias emergentes e em desenvolvimento.