Consumo de carvão deve superar 8 bilhões de toneladas até o final de 2022, prevê IEA

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

16/Dez/2022 17:31 BRT

Categoria

Carvão

O consumo global de carvão deve ultrapassar os 8 bilhões de toneladas até o final de 2022, superando o último recorde registrado em 2013, e permanecerá em níveis semelhantes pelos próximos três anos, aponta novo relatório anual da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).  

A demanda se manterá alta à medida que os esforços dos países em atingir uma economia de baixo carbono não se intensificam. Segundo o documento, uma possível queda nos mercados maduros, será compensada pela forte demanda nos países asiáticos emergentes. 

Na China, maior consumidor de carvão do mundo, ondas de calor e a seca devem aumentar a geração de energia a carvão durante o verão, mesmo com as rígidas restrições do covid-19. Na Europa, o consumo do ativo deve subir pelo segundo ano consecutivo, porém, até 2025, a IEA espera uma queda na demanda, abaixo dos níveis registrado em 2020. 

Já o mercado internacional de carvão permaneceu restrito neste ano. Os preços do ativo subiram para níveis recordes em março e em junho, impulsionado pela crise energética global e pelas condições climáticas adversas na Austrália, um “importante fornecedor internacional”, segundo a agência. 

Apesar do crescimento na demanda, a IEA avalia certa cautela por parte dos investidores e mineradores no segmento, já que não houve sinal de aumento nos investimentos em projetos de carvão voltados para exportação.  

“A demanda por carvão é teimosa e provavelmente atingirá um recorde histórico este ano, aumentando as emissões globais. Ao mesmo tempo, há muitos sinais de que a crise atual está acelerando a implantação de energias renováveis para uma transição energética eficiente, e isso pode reduzir a demanda por carvão nos próximos anos. As políticas governamentais serão fundamentais para garantir um caminho seguro e sustentável. O mundo está perto de um pico no uso de combustível fóssil, com o carvão sendo o primeiro a diminuir, mas ainda não chegamos lá”, disse Keisuke Sadamori, iretor de Mercados de Energia e Segurança da IEA.