Leilões

Auren aposta no leilão de reserva oportunidade para investir em ativo de receita fixa

A Auren energia confirmou sua participação no leilão de reserva de capacidade, previsto para 30 de agosto. Na visão do diretor-presidente, Fabio Zanfelice, o certame será uma boa oportunidade de investimento da companhia em um ativo de receita fixa.

Foto: Divulgação/Auren
Foto: Divulgação/Auren

A Auren energia confirmou sua participação no leilão de reserva de capacidade, previsto para 30 de agosto. Na visão do diretor-presidente, Fabio Zanfelice, o certame será uma boa oportunidade de investimento da companhia em um ativo de receita fixa.

“Dentro do nosso portfólio e da nossa relação de risco e retorno, [o leilão] é praticamente, fazendo uma comparação, quase que [um ativo] transmissão. Estamos tentando com bastante vontade e, acredito, que esse [leilão de reserva] seria a nossa transmissão. A primeira que faríamos com uma receita fixa e com um capex importante em um ativo”, disse o executivo em teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre de 2024 realizada nesta quarta-feira, 8 de maio.

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A Auren já havia declarado estar de olho no leilão de reserva em agosto do ano passado. Na ocasião, Priscila Lino, diretora Regulatória da companhia, informou que a pretensão da companhia era de viabilizar investimentos na ampliação de suas hidrelétricas. Uma das ampliações seria da UHE de Porto Primavera, que tem espaço de ampliação para quatro máquinas adicionais, aumentando a potência instalada de 1.540 MW para 1.980 MW. Zanfelice afirmou, na época, que a empresa estava conversando com fornecedores de equipamentos sobre a possibilidade.

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Em transmissão, a última participação da empresa ocorreu em junho do ano passado, mas sem sucesso. Dois meses depois do certame, a Auren informou que estava em busca de oportunidades de crescimento inorgânico, desde que as taxas de retorno sejam compatíveis com o esperado pela companhia

Comercialização 

Na área de comercialização, a companhia fechou o primeiro trimestre do ano com um aumento de 477 MW médios na energia vendida, com contratos para 2026 e 2027 fechados ao preço médio de R$ 150 e R$ 160/MWh. O segmento apresentou um aumento de R$ 74,6 milhões ou 7,3% em relação ao período homólogo, totalizando R$ 1.094,0 milhões, decorrentes principalmente do aumento de 21,8% no volume comercializado de energia.

Segundo Zanfelice, o nível médio de contratação do portfólio da empresa é de aproximadamente 91% do seu recurso, composto pela totalidade da garantia física de seus ativos e contratos de compra de energia já firmados. Para o horizonte 2029-2033, o nível médio de contratação do portfólio consolidado é de 63%.

O diretor-presidente ainda destacou que essa energia comercializada foi comprada pela empresa em 2022 e ao longo do segundo semestre do ano passado, o que ajudou a “travar o portfólio” com energia barata para vender por um preço mais elevado.

Resultados

A Auren contabilizou lucro líquido de R$ 254 milhões no primeiro trimestre do ano, alta de 10,3% na comparação anual.

Por outro lado, a receita líquida da companhia caiu 1,2 %, para R$ 1,7 bilhão, e o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 9,1%, a R$ 360 milhões.

Segundo a Auren, o desempenho é explicado pela redução de R$ 12 milhões no pessoal, material, serviços de terceiros e outras despesas (PMSO) e pela renovação de contratos de longo prazo, que venceram no ano passado e foram substituídos por novos acordos neste ano, com preços menores, alinhados com os preços do mercado, e pelo resultado de comercialização.

As hidrelétricas da companhia sofreram uma redução de R$ 13,8 milhões na receita líquida, queda de 4,2% versus o primeiro trimestre do ano anterior, em decorrência da redução dos preços praticados, em virtude do encerramento de contratos wholesale. Também houve uma diminuição na geração hidrelétrica de 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, devido aos baixos índices de precipitação e afluências aos reservatórios verificados nos três primeiros meses de 2024 em relação ao período homólogo.

Segundo a companhia, embora o cenário hidrológico tenha sido bastante recessivo neste início de ano, a UHE Porto Primavera manteve sua produção acima de sua garantia física, alcançando o valor de 916,2 MW médios.

A produção de energia elétrica nos parques eólicos da Auren atingiu 225,3 MW médios na etapa, 22% abaixo da produção do período anterior. De acordo com a companhia, a fonte apresentou um crescimento de R$ 6,2 milhões na receita líquida, 3,2% na mesma base de comparação, devido ao aumento no volume de vendas nos contratos de longo prazo, pelo resultado na comercialização de créditos de carbono e por reajustes dos contratos por inflação, efeitos parcialmente compensados por maior provisão para ressarcimento plurianual referente aos contratos no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) em virtude da menor geração do trimestre.

A fonte solar somou uma receita de R$ 11,3 milhões no período, justificado pela entrada em operação comercial da capacidade total do projeto fotovoltaico Sol do Piauí e entrada parcial de Sol de Jaíba.