A Petrobras e o Mubadala Capital anunciaram nesta segunda-feira a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU, da sigla em inglês) para possível investimento da Petrobras em um projeto de biorrefinaria desenvolvido pelo Mubadala na Bahia. Segundo a Petrobras, a empresa também poderá disponibilizar seu conhecimento técnico em co-processamento para o negócio.
O anúncio foi feito um dia depois de o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defender a recompra da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), vendida em 2021 para o Mubadala Capital.
O MoU assinado agora entre Petrobras e Mubadala Capital estuda a produção de diesel renovável e combustível de aviação sustentável. Segundo a Petrobras, as matérias-primas são plantas nativas do Brasil com alto potencial de produção e capazes de recuperar terras atualmente degradadas, entre outras fontes de insumos. O Mubadala informa que os biocombustíveis são baseados na macaúba, planta nativa do Brasil.
Em abril, a Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital para operar a RLAM no Brasil, assinou MoU com o estado da Bahia para o desenvolvimento da biorrefinaria.
A assinatura do acordo se deu no contexto da missão estratégica da Petrobras à Ásia, que resultou em acordos com Sinopec, China Energy, CNOOC e CITIC Construction, Bank of China, China Development Bank e Mubadala. Participaram da missão o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates e os diretores Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Sergio Caetano Leite; de Exploração & Produção, Joelson Mendes e de Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim.
Silveira defende recompra da refinaria RLAM
Um dia antes de o MoU com o Mubadala Capital ser divulgado, o ministro de Minas e Energia, Alexandra Silveira, deu mais uma declaração sobre a recompra da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), que fica na Bahia e foi vendida em 2021 para o Mubadala Capital.
“Entendemos que a Petrobras deve avaliar recomprar a RLAM. É um ativo histórico e que fez parte da estratégia de desmonte do Sistema Petrobras e nunca deveria ter sido vendido”, declarou Silveira em comunicado do MME divulgado neste domingo, 3 de setembro.
Em 2019, a Petrobras assinou um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em que se comprometeu a vender metade da sua capacidade de refino no Brasil, a fim de trazer concorrência ao setor e, com isso, estimular a concorrência nos preços de combustíveis. A RLAM foi privatizada neste contexto, assim como a Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas e a Unidade de Industrialização do Xisto (Six), no Paraná.
No ano passado, a Petrobras vendeu a Lubnor à Grepar, mas o negócio ainda não foi concluído. As refinarias Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; e Refinaria Alberto Paqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, também foram colocadas à venda, mas não atraíram compradores. Com a mudança de governo, neste ano, a Petrobras passou a afirmar que iria conversar com o Cade para rever as obrigações do TCC.