O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entende que o mundo vive um retrocesso do ponto de vista da globalização que pode se transformar em um movimento de diversificação e pulverização de plantas industriais para os países em desenvolvimento.
Segundo Haddad, que discursou na abertura da 15ª Reunião de Cúpula do Brics, em Joanesburgo, África do Sul, o Brasil tem importância nesse contexto, principalmente no investimento em indústrias relacionadas ao meio ambiente, como a produção de hidrogênio verde e a ampliação do uso do etanol.
A agricultura brasileira também ajuda nesse processo, de acordo com o ministro, ao produzir não apenas grãos, mas fontes de energia renovável, como biomassa e biocombustíveis.
“Nossa agricultura hoje está produzindo energia. E o Brasil pretende ser fonte de energia limpa, para si próprio, porque é um país que pretende se reindustrializar, ou se neoindustrializar, mas também um país que pretende exportar energia limpa para o mundo, não apenas na forma de energia propriamente dita, mas também na forma de produtos verdes”, acrescentou.
Em relação ao Brics, o ministro disse que os países do grupo devem pensar não somente no plano doméstico, mas cooperarem para promoverem o multilateralismo e distribuírem as oportunidades de forma mais igualitária.
“Nós, brasileiros, acreditamos que os organismos internacionais precisam, de alguma forma, refletir esse novo contexto global, em que potências emergem, em que países se desenvolvem e modificam a face do planeta à luz da dinâmica econômica, social e política”, declarou.
Plano de Transformação Ecológica
Durante a cerimônia de lançamento do Novo PAC, o ministro Fernando Haddad anunciou o lançamento de um “Plano de Transformação Ecológica” por meio de uma “aliança estratégica” entre seu ministério e o de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, áreas que seriam normalmente vistas como adversárias.
Segundo o ministro, o Plano de Transformação Ecológica abarca transição energética, novas regulações que favoreçam investimentos verdes, finanças sustentáveis, economia circular, bioeconomia, adaptação à mudança do clima, ciência e tecnologia e outras áreas.
Haddad também mencionou o mercado de créditos de carbono no Brasil e explicou que o Executivo está trabalhando com o Senado para a elaboração de um texto sobre o tema, que deve ser votado em agosto.
(Com informações da Agência Brasil)
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