Pouco mais de um ano depois de um grande apagão causado por uma onda de frio, o operador do sistema elétrico do estado americano do Texas emitiu um alerta pedindo que os consumidores reduzam de forma voluntária o consumo de energia durante a tarde dessa quarta-feira, 13 de julho, em meio a mais uma onda de calor que tem estimulado a elevação da carga, pelo uso de energia para refrigeração.
Esse é o segundo pedido do tipo feito essa semana, e vale para o período entre 14h e 20h do horário local.
Na segunda-feira, 11 de julho, os consumidores do Texas reduziram o consumo de energia em 500 MW. Desde 2008, já foram quase 50 alertas do tipo, feitos sempre que a sobras de energia projetadas recuam para menos de 2.300 MW por um período de 30 minutos ou mais.
Desta vez, o Ercot, operador do sistema do Texas, identificou aumento expressivo da demanda, por conta da onda de calor, a mesmo tempo em que as eólicas da região estão gerando menos que o esperado, assim como as termelétricas e as usinas fotovoltaicas.
Dentro dos cenários projetados, a carga do Texas deve atingir um pico de 78.451 MW na tarde de hoje, enquanto 84% da capacidade instalada despachável está disponível, no total de 67.076 MW. A geração eólica deve somar mais 4.294 MW (12% da capacidade) e a solar mais 7.987 MW (68% do total).
Enquanto a onda de calor aumenta os riscos de um apagão no estado, há pouco mais de um ano, em fevereiro de 2021, foi uma onda de frio que causou problemas no abastecimento de energia do Texas, único estado isolado dos demais sistemas do país, operado pelo Electric Reliability Council of Texas (Ercot). Na época, milhões de consumidores ficaram no escuro, com o aumento da demanda por conta de aquecimento, ao mesmo tempo em que a geração caiu. O congelamento de turbinas eólicas e painéis fotovoltaicos tirou cerca de 18 GW, e problemas em termelétricas a carvão e gás natural, pelo congelamento de equipamentos, reduziram a geração em mais 28 GW.
Na Europa, o aumento das temperaturas também tem colocado a oferta de energia em risco, principalmente na Itália, onde o calor veio acompanhado de uma seca sem precedentes e apagões já foram registrados. O governo do Japão também já emitiu alerta para possível falta de energia neste verão, pelo aumento excessivo da carga.
