O Ministério de Minas e Energia (MME) celebrou nesta semana a conclusão da linha de transmissão Xingu-Serra Pelada-Miracema/Itacaiúnas, da Engie, que conecta a energia gerada pela hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), a duas subestações ao leste do Pará e no Tocantins. A linha de transmissão, que tem 1.831 km em 500 kV, aumentou o escoamento de energia gerada nas regiões Norte e Nordeste ao Sudeste e ao Centro-Oeste em até 1.400 MW.
Ao todo, foram investidos R$ 3,2 bilhões pela Engie na nova linha de transmissão.
“Concluímos uma das mais importantes obras de transmissão de energia elétrica. São mais de 1.800 km de linhas que agregarão confiabilidade e segurança energética ao nosso país, escoando energia limpa e renovável produzida no norte e nordeste para todo o restante do Brasil”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Na visão do secretário de Energia Elétrica, Gentil Nogueira, o empreendimento permitirá o aprimoramento das operações do Sistema Interligado Nacional (SIN).
“Durante o período de chuvas, por exemplo, a linha de transmissão contribuirá para ampliar a capacidade de escoamento da UHE Belo Monte e, durante o período de baixa vazão do rio Xingu, ampliará o escoamento da energia produzida pelas usinas eólicas e solares do nordeste brasileiro”, disse Nogueira.
Segundo o MME, além da implantação das linhas de transmissão, também foi construída uma nova subestação de energia, e outras três linhas foram ampliadas. Esse último segmento energizado percorre seis cidades do Sul do Pará (Anapu, Pacajá, Novo Repartimento, Itupiranga, Marabá e Curionópolis).
Licenciamento ambiental de LTs
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) informou nesta semana que encaminhou ao MME e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) uma proposta para aumentar a previsibilidade do licenciamento ambiental federal de linhas de transmissão. Se a proposta, entregue pela entidade em janeiro deste ano, for aprovada um projeto piloto poderá iniciar ainda em 2023.
Segundo o plano, os empreendimentos teriam o processo de licenciamento ambiental iniciado antes da realização de leilões dos lotes de transmissão elétrica. Dessa forma, ao participar do certame, os interessados já teriam acesso ao Termo de Referência do Ibama e conheceriam as especificidades dos estudos ambientais e exigências a serem cumpridas.
Atualmente, o processo de licenciamento é iniciado após a conclusão do leilão, a pedido da empresa vencedora.
Na opinião do Ibama, a antecipação do licenciamento ambiental federal poderia contribuir para o aprimoramento da transparência e da segurança no processo de aquisição das concessões de linhas de transmissão no país, ajudando no planejamento dos investimentos no setor.
Veja também:
– EPE estima investimentos de R$ 50 bilhões nos próximos leilões de transmissão.