(Com Camila Maia)
A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 42,855 bilhões no segundo trimestre do ano, revertendo o prejuízo de R$ 2,7 bilhões observado em igual período de 2020. A receita líquida alcançou R$ 110,7 bilhões de abril a junho de 2021, com crescimento de 117,5% ante o segundo trimestre de 2020, enquanto o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado aumentou 147,9%, totalizando R$ 61,9 bilhões.
De acordo com a petroleira, o forte crescimento da receita foi motivado pela valorização de 13% nos preços do petróleo Brent e o aumento do volume de vendas de derivados no mercado interno e das exportações.
O lucro, por sua vez, reflete maiores margens de derivados, maiores volumes de vendas de óleo e derivados no mercado interno e de exportações, ganhos cambiais devido à valorização do real frente ao dólar e ganhos de participações em investimentos, principalmente devido à reversão de impairment da BR Distribuidora, refletindo a precificação da oferta pública de ações, explicou a companhia.
Em relação aos indicadores financeiros, a Petrobras encerrou o segundo trimestre com dívida bruta de US$ 63,685 bilhões, ficando muito próxima de sua principal meta apresentada ao mercado, de reduzir o endividamento bruto para US$ 60 bilhões até o fim deste ano. A relação dívida líquida/Ebitda também recuou de 2,34 vezes para 1,49 vez. Segundo a Petrobras, esta é a melhor marca para o endividamento da empresa desde o terceiro trimestre de 2011.
O resultado da companhia confirma a expectativa de analistas de mercado, que esperavam números fortes relativos ao segundo trimestre, devido principalmente à recuperação dos preços do petróleo e ao aumento das vendas de derivados.
Dividendos
O conselho de administração da Petrobras aprovou hoje o pagamento de duas antecipações da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2021, no valor total de R$ 31,6 bilhões.
Segundo a companhia, a distribuição extraordinária considera as perspectivas de resultado e geração de caixa para este ano, sendo compatível com sua sustentabilidade financeira. Além disso, com a redução do endividamento, a estatal aponta que essa distribuição de proventos não vai comprometer sua trajetória de redução de endividamento nem sua liquidez.
Os valores serão pagos em duas parcelas. Uma primeira, de R$ 21 bilhões, equivalente a R$ 1,60 por ação, será paga em 25 de agosto para os detentores de ações negociadas na B3 e em 1º de setembro para os detentores de ADRs negociadas na Bolsa de Nova York (Nyse). Esses valores serão pagos como dividendos. As ações serão negociadas ex-direitos na B3 e na Nyse a partir de 17 de agosto.
A segunda parcela, de R$ 10,6 bilhões, equivale a R$ 0,8126 por ação. Os valores serão pagos em 15 de dezembro para os acionistas da B3 e a partir de 22 de dezembro na Nyse. As ações serão negociadas ex-direitos a partir de 2 de dezembro. A companhia ainda vai comunicar se os proventos serão pagos como dividendos ou juros sobre o capital próprio.