O desempenho de 31 parques eólicos no Brasil acompanhados pela Fitch Ratings tem ficado aquém do esperado e abaixo também da média da carteira global da agência de classificação de riscos. Em relatório, a Fitch afirmou que a geração tem sido menor por diversos motivos, como falhas inesperadas em componentes e mudanças nos padrões climáticos, reflexo do fenômeno climático La Niña.
Segundo a Fitch, os projetos brasileiros têm gerado, historicamente, 80% do volume certificado a P50, critério de certificação que significa que existe 50% de probabilidade da produção real de energia no longo prazo ser acima desta estimativa. Na carteira global da Fitch, por sua vez, a média tem sido de 88%.
A parada para manutenção em parques eólicos devido às falhas também é apontada no relatório dos especialistas como um fator de redução da geração eólica. Nos últimos meses, algumas companhias do setor têm registrado falhas em caixas de transmissão e em pás dos aerogeradores, implicando em interrupções de produção para correção.
“Apesar do curto histórico operacional, cerca de 60% dos projetos eólicos brasileiros sofreram pelo menos um incidente com equipamentos essenciais. 85% das plantas afetadas tinham mais de cinco anos. Projetos com problemas desta natureza levam, em média, sete meses para estabilizar suas operações”, diz o relatório da Fitch.
A consequência, segundo a agência de classificação de riscos, é a deterioração do perfil de crédito dessas empresas, já que a geração abaixo das expectativas leva a ressarcimentos que resultam em pressão sobre os fluxos de caixa dos donos das usinas.
No relatório, a agência alertou que onze emissões de projetos eólicos estão em perspectiva negativa ou observação negativa, e duas já tiveram o rating de crédito rebaixado nos últimos doze meses.
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