Geração

New Fortress pede autorização da Aneel para viabilizar UTE Fronteira no MS

O plano da New Fortress Energy (NFE) para assumir o contrato originalmente da Portocém Energia, obtido por meio do Leilão de Reserva de Capacidade de 2021, envolve a construção de uma termelétrica de 472 MW de potência no Mato Grosso do Sul, a UTE Fronteira. Segundo plano enviado pela NFE à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao qual a MegaWhat teve acesso, o prazo limite para que o contrato de EPC seja retomado com a Mitsubishi e os projetos entrem em operação no prazo devido é 31 de março deste ano. Isso significa que a agência tem até essa data para aprovar a mudança das características da usina que atenderá o contrato do leilão com a segregação em dois projetos, uma usina no Pará e outra no Mato Grosso do Sul.

New Fortress pede autorização da Aneel para viabilizar UTE Fronteira no MS

O plano da New Fortress Energy (NFE) para assumir o contrato originalmente da Portocém Energia, obtido por meio do Leilão de Reserva de Capacidade de 2021, envolve a construção de uma termelétrica de 472 MW de potência no Mato Grosso do Sul, a UTE Fronteira.

Segundo plano enviado pela NFE à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao qual a MegaWhat teve acesso, o prazo limite para que o contrato de EPC seja retomado com a Mitsubishi e os projetos entrem em operação no prazo devido é 31 de março deste ano. Isso significa que a agência tem até essa data para aprovar a mudança das características da usina que atenderá o contrato do leilão com a segregação em dois projetos, uma usina no Pará e outra no Mato Grosso do Sul.

Os requisitos dos contratos serão atendidos pelos projetos, segundo a NFE, que aponta ainda outros benefícios como o fato de que dois submermados (Norte e SE/CO) terão aumento da segurança energética. A UTE Fronteira será ainda âncora do novo terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) em construção pela NFE em Santa Catarina, com foco na região Sul do país.

Sai Ceiba, entra New Fortress

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE Minuto Mega Minuto Mega

A termelétrica Portocem, de 1,6 MW de capacidade, foi a maior vencedora do leilão de reserva de capacidade de 2021, o único realizado pelo governo até agora que negociou de forma separada a capacidade e a energia. A Ceiba Energy, investida do fundo americano Denham Capital, era a dona do projeto, mas fechou um acordo para a NFE assumir o contrato em dezembro de 2023, depois de enfrentar dificuldades em garantir o gás natural que a termelétrica vai usar como combustível.

>> Fornecedores desistem de projeto e New Fortress assume contrato da termelétrica Portocém

O problema do projeto, cujo investimento era estimado em R$ 4,7 bilhões, começou quando a Shell, que seria fornecedora do GNL, desistiu de assinar o contrato.

A Ceiba não encontrou outro fornecedor de GNL, e a Mitsubishi, que forneceria as quatro turbinas da termelétrica e atuaria também como epecista no projeto, encerrou seu contrato com a Portocém. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, sem gás, o projeto não era viável, e a Ceiba não conseguiu financiamento para pagar as garantias da Mitsubishi.

Como o projeto tem um contrato a cumprir a partir de 1º de julho de 2026, os donos passaram a procurar compradores interessados em ficar com o contrato, já que encontrar outro fornecedor de GNL no preço pretendido se mostrou inviável na conjuntura atual.

A Portocém seria instalada na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará), em Caucaia, a 50 km de Fortaleza. Diferentemente de contratos de compra de energia (PPAs) usuais no mercado, nesse caso, o leilão envolveu contratos de reserva de capacidade para potência (CRCAP), remunerados pelo Encargo de Potência para Reserva de Capacidade (ERCAP).

A solução da NFE pretende levar o contrato garantido no leilão para outras localidades, aproveitando seus terminais de regaseificação de GNL em Barcarena, no Pará, e o Terminal Gás Sul (TGS), em Santa Catarina. A Mitsubishi será a fornecedora de turbinas e epecista.

Duas usinas no lugar de uma

Parte do contrato da Portocém será atendido por meio de uma expansão da termelétrica Novo Tempo Barcarena, que terá 630 MW e deve ficar pronta em 2025. A NFE disse à Aneel que já tem os terrenos, licenças e configurações necessárias para instalação da usina de 1.100 MW ali, inclusive com acesso ao gás natural que entrará pelo terminal de GNL de Barcarena, o mesmo que vai abastecer a UTE Novo Tempo Barcarena.

O terminal de GNL de Barcarena, cujas obras devem ser concluídas ainda no primeiro trimestre deste ano, terá capacidade de processamento de 15 milhões de m³ por dia, volume superior aos dois contratos existentes até o momento: 2,2 milhões de m³ diários para a planta de Alumina da Alunorte, da Norsk Hydro, e 2 milhões de m³ para a termelétrica Novo Tempo Barcarena.

A segunda usina deve ficar no Mato Grosso do Sul, perto da fronteira com a Bolívia. A NFE disse que já tem licença prévia para instalação de até 665 MW de capacidade de geração no local, e o projeto foi qualificado para “diversos leilões” de energia entre 2017 e 2022, mas não conseguiu nenhum contrato. Para cumprir o contrato do leilão, a termelétrica terá 472 MW.

Há uma subestação dentro do terreno da UTE Fronteira, e não será necessária construção de linha de transmissão para escoar a energia da usina. Além disso, a termelétrica estará a 800 metros de um gasoduto da MSGás, que já indicou interesse em expandir o duto para suprir a usina, segundo a NFE.

O gás será injetado no Terminal Gás Sul (TGS), terminal de GNL em construção em Santa Catarina, e que será conectado à rede nacional da Gasodutos de Transporte (TBG/Gasbol). Assim, a New Fortress poderá usar a molécula injetada por Santa Catarina na termelétrica no Mato Grosso do Sul.

Segundo a companhia, o terminal será ainda uma solução para compensar a redução dos volumes de gás importados no Brasil da Bolívia.

Matéria bloqueada. Assine para ler!
Escolha uma opção de assinatura.