Hidrogênio

Lula diz que Rnest vai faturar US$ 100 bi/ano e que “país não será exportador de hidrogênio”

Em evento pela retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a planta vai faturar US$ 100 bilhões por ano quando estiver em plena operação. O evento ocorreu nesta quinta-feira, 18 de janeiro, em Ipojuca, no estado de Pernambuco, onde está localizada a refinaria.

Lula diz que Rnest vai faturar US$ 100 bi/ano e que “país não será exportador de hidrogênio”

Em evento pela retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que a planta vai faturar US$ 100 bilhões por ano quando estiver em plena operação. O evento ocorreu nesta quinta-feira, 18 de janeiro, em Ipojuca, no estado de Pernambuco, onde está localizada a refinaria.

Na cerimônia, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, garantiu que mesmo “com as piores estimativas” de R$ 100 bilhões de custo pela planta, o investimento se pagaria no primeiro ano de faturamento. A Rnest entrou em operação em 2014, de forma parcial. As obras foram paralisadas em 2015 sob suspeita de superfaturamento.

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, a gerente-executiva de Projetos de Desenvolvimento da Produção da Petrobras, Mariana Cavassin, não quis revelar o investimento para a retomada das obras na Rnest, alegando que a companhia está em meio a processos de licitação e declarar o investimento previsto poderia impactar o certame. Nesta quinta-feira, porém, Jean Paul Prates afirmou que o investimento será entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões. “É muito dinheiro, mas é exatamente o que essa refinaria vai recolher em impostos federais e estaduais no primeiro ano de sua operação”, garantiu.

A estimativa é que, com a conclusão das obras, a capacidade da refinaria passe dos atuais 100 mil barris por dia para 260 mil barris por dia, em 2028. Com isso, deve haver acréscimo na produção de diesel S10 de 13 milhões de litros. Atualmente, a Rnest responde por 6% da capacidade de refino da Petrobras e produz 15% do diesel S10 da companhia.

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A expectativa é que a Rnest colabore para a redução do diesel importado, que em 2023 foi de 10,5 milhões de toneladas. “Quando ontem disse à imprensa que teríamos autossuficiência de diesel, nós estávamos nos comprometendo nos dois sentidos. Enquanto o ministro [de Minas e Energia] Alexandre [Silveira] está divulgando os biocombustíveis em Davos, nós estamos aqui reabrindo a possibilidade de produzir muito mais diesel brasileiro a partir de hidrocarbonetos mas já com a possibilidade de adaptar essa refinaria para o futuro”, declarou Prates.

Segundo ele, a refinaria poderá ser adaptada para produzir diesel coprocessado com material renovável. “Em 50 anos essa refinaria vai estar aqui do mesmo jeito para produzir R100 [diesel processado com 100% de óleos renováveis]. Essa é a refinaria que não acaba com o petróleo”, declarou.

A Rnest entrou no plano de desinvestimento da Petrobras, anunciado em 2019 como resultado do Termo de Compromisso de Cessação (TCC) firmado junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas não encontrou compradores. A atual gestão da estatal suspendeu a venda de ativos e em junho anunciou a retomada das obras na Rnest.

Apesar do passado polêmico, para Prates, “a Rnest é o retrato da superação. Será a refinaria mais moderna e mais nova de todo o continente americano, inclusive Estados Unidos, Canadá e o escambau. É a refinaria da volta por cima”, declarou em Ipojuca.

Também presente na cerimônia, o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França destacou o aumento na capacidade de refino da companhia em 2023: “Mesmo tendo vendido a Relan, perdido a Reman, o refino da companhia bateu todos os recordes de processamento e de produção de diesel S10 em 2023”. A Refinaria Isaac Sabbá (Reman) foi vendida em 2022 para o Grupo Atem, por US$ 189,5 milhões. A refinaria Landulpho Alves (Rlam) foi vendida ao fundo Mubadala em 2021 por US$ 1,6 bilhão.

“Esse país não quer exportar hidrogênio verde”

Além de diesel S10 e diesel co-processado, Prates disse que a Rnest poderá produzir hidrogênio verde e e-metanol (metanol verde).

Para Lula, as produções da Rnest já têm comprador: “Esse país não quer exportar hidrogênio verde. Quando você estiver tiver produzindo hidrogênio em Pernambuco, na Bahia, quem vai comprar é a Petrobras, porque ela será grande consumidora de energia limpa e verde nesse pais. A siderúrgica quer produzir aço verde, venha para o Brasil, quem quer a fábrica limpa venha para o Brasil”, disse Lula.