Assim como as fontes eólica e solar, o biogás tem potencial para ser usado na produção de hidrogênio renovável, ajudando na descarbonização do processo, segundo a gerente-executiva da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), Tamar Roitman.
“Hoje se fala muito da rota de eletrólise a partir de energia solar ou eólica, mas o Brasil tem um potencial de biogás que não se compara com nenhum outro país do mundo e pode liderar o mercado de produção de hidrogênio renovável com baixa pegada de carbono com uma solução nacional, já pronta e extremamente competitiva”, afirma Roitman.
De acordo com a gerente-executiva da Abiogás, o biocombustível já é uma fonte consolidada no Brasil, podendo ser usado na fabricação do hidrogênio por meio do uso dos mesmos processos e da infraestrutura já existente, substituindo o gás natural, “você já consegue fazer essa substituição hoje, com a mesma molécula, mas uma molécula renovável”.
Segundo a associação, mais de 90% do hidrogênio mundial advém do gás natural de origem fóssil, o que poderia facilitar o uso do biometano na descarbonização da produção. Na avaliação de Roitman, o hidrogênio gerado a partir do biogás deve conter uma intensidade de carbono ainda menor que o insumo obtido a partir das fontes solar e eólica.
“ A gente está falando do aproveitamento de resíduos que seriam passivos ambientais e que deixam de ser uma fonte de emissão de gás metano, com potencial de aquecimento global muitas vezes superior ao do gás carbônico”, conclui Roitman.
Atualmente, a maior concentração de energia produzida por meio do biogás no Brasil é a geração centralizada, com cerca de 246 MW. Na geração distribuída, são 105 MW de potência instalada.
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Matéria atualizada em 03 de maio, às 09h14, para ajuste na matéria.