Força aérea britânica realiza primeiro voo com combustível de aviação sustentável

Jade Stoppa Pires

Autor

Jade Stoppa Pires

Publicado

22/Nov/2022 17:15 BRT

A Royal Air Force e a agência de Equipamento e Apoio à Defesa do Ministério da Defesa do Reino Unido, em parceria com as empresas Airbus, AirTanker, Rolls-Royce e Air bp, realizaram o primeiro voo com combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) utilizando uma aeronave militar em serviço.

Na última quarta-feira, 16 de novembro, um RAF Voyager – variante militar do avião a jato comercial Airbus A330 – realizou um voo de 90 minutos, com ambos os motores abastecidos com SAF.

O combustível utilizado neste voo foi feito a partir de óleo de cozinha usado e, de acordo com a Airbus, reduz as emissões de carbono em até 80% na comparação com o combustível convencional de aviação. Para a RAF, o objetivo dessa substituição é diminuir a dependência das cadeias de abastecimento globais e melhorar a resiliência operacional, além de ser mais ambientalmente sustentável.

"As alterações climáticas são um desafio transnacional que ameaça a nossa resiliência, a nossa segurança e a nossa prosperidade coletiva. É por isso que eu lancei à RAF o ambicioso desafio de se tornar a primeira Força Aérea carbono-zero do mundo em 2040. A forma como equipamos as nossas aeronaves será a chave para enfrentar esse desafio e a RAF já pensa em como iremos operar para além dos combustíveis fósseis”, disse Sir Mike Wigston, chefe do Pessoal Aéreo e Marechal-Chefe da Força Aérea Britânica.

Segundo Jesus Ruiz, piloto de testes experimentais e capitão do voo, “da perspectiva da tripulação, a operação SAF foi ‘transparente’, o que significa que não foram observadas diferenças operacionais. O Plano de Testes foi exaustivo e robusto e permitiu-nos comparar o SAF com o JET1, culminando num voo sem uma única gota de combustível fóssil. O trabalho em equipe foi um dos principais contribuintes, harmonizando a experiência da Airbus, Rolls-Royce e RAF. Nós sentimos muito orgulho de sermos uma pequena parte deste enorme passo para uma aviação sustentável”.