Leilões

Fábricas cheias e excesso de demanda devem adiar leilão de transmissão de outubro para dezembro

O leilão de transmissão marcado para 31 outubro deve ser adiado para dezembro, após um movimento da indústria junto a associações setoriais levado ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O motivo é o pequeno intervalo para estudo e propostas do próximo certame, que prevê um bipolo de 2.936 km em 800 kV entre os estados do Maranhão e Goiás, além da alta demanda das fábricas.

Fábricas cheias e excesso de demanda devem adiar leilão de transmissão de outubro para dezembro

O leilão de transmissão marcado para 31 outubro deve ser adiado para dezembro, após um movimento da indústria junto a associações setoriais levado ao Ministério de Minas e Energia (MME) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O motivo é o pequeno intervalo para estudo e propostas do próximo certame, que prevê um bipolo de 2.936 km em 800 kV entre os estados do Maranhão e Goiás, além da alta demanda das fábricas.

Para Glauco Freitas, vice-presidente de Marketing e Vendas da Hitachi Energy no Brasil, o movimento está associado ao planejamento das fábricas e para evitar gargalos.

O governo não confirma a decisão pelo adiamento, mas a MegaWhat apurou com fontes ligadas ao MME que a Aneel já formalizou em ofício o pedido para que a pasta adie o certame. Consequentemente, o terceiro leilão de transmissão do ano, que aconteceria em dezembro, deve ficar para o início do próximo ano.

Para a indústria, o adiamento será uma boa notícia. “Como membros das associações de classe chegamos à conclusão de que o melhor para o Brasil seria adiar um pouquinho as licitações, para espaçar e ter a capacidade de atender os projetos. Acho que o grande segredo está no planejamento e a Aneel entende o que está acontecendo porque ela tem um cenário completo”, disse Freitas.

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As áreas técnicas da agência já haviam identificado um aumento da demanda mundial para grandes linhas de transmissão e, por isso, ampliaram de 60 para 66 meses o prazo para entrada em operação do lote 1 coloca em edital para discussão em consulta pública. O resultado dessa consulta estava pautado para a reunião de diretoria de 20 de junho, mas foi retirado dos assuntos da ordem do dia e ainda não voltou à discussão.

O segundo leilão de transmissão deste ano tem expectativa de atrair R$ 19,7 bilhões em investimentos em 4.471 km de linhas de transmissão e 9.840 MV.

Segundo Freitas, essa flexibilidade da data ajudaria no sucesso do leilão, uma vez que uma proposta “bem estruturada” para um projeto de HDVC, como é o caso do bipolo que será licitado neste segundo leilão de 2023, leva cerca de seis meses para ser estudada e apresentada de forma customizada às transmissoras.

Nos leilões usuais, os sistemas de transmissão são de corrente alternada, mas os sistemas de corrente alternada, conhecidos pela sigla em inglês HVDC, são considerados mais eficientes para escoar uma grande quantidade de energia a longa distância. São dessa modalidade os sistemas de transmissão que levam a energia das usinas estruturantes do Norte aos centros de carga no Sudeste, e os estudos da EPE apontaram que a tecnologia é necessária para o bipolo que será licitado, com a finalidade de reforçar as interligações regionais do país.

“E leilão, vocês sabem, o sucesso de um é o sucesso do próximo e assim por diante”, disse Freitas, complementando que seria muito difícil mandar a proposta para um HDVC em paralelo ao certame previsto para esta sexta-feira, 30 de junho.

30 de junho

O primeiro leilão de transmissão do ano deve contratar investimentos da ordem de R$ 15,8 bilhões, divididos em nove lotes, que correspondem a 26 novas linhas de transmissão e um secionamento, além de três novas subestações, um novo pátio e um novo transformador.

Estão previstos 6.184 quilômetros em linhas de transmissão, 400 MVA em novas transformações, com prazo de obras entre 36 e 66 meses, passando por sete estados: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Sergipe e São Paulo.

Para este certame, a Hitachi Energy está com propostas junto a grandes players para todos os lotes e não acredita em lote vazio – ou seja, sem investidores interessados. No entanto, com uma demanda muito grande, a empresa criou algumas regras que definem prioridades para contratos.

“Estamos priorizando empresas que assinam o pré-contrato e nesse leilão ele é mais importante do que nos anteriores, porque você não está só garantindo o preço, você está garantindo preço e espaço da fábrica”, contou o vice-presidente da Hitachi Energy.

Apesar das fábricas lotadas, Glauco Freitas contou que também está atendendo a antecipações de projetos e a substituição de ativos já existentes. Considerando o fornecimento de reatores para todos os lotes, além da necessidade de substituição de ativos depreciados, a Hitachi calcula mais de 350 reatores em 500 KV.

PPI

Nesta quarta-feira, 28 de junho, o governo publicou o decreto n° 11.581, que qualifica empreendimentos públicos federais do setor de energia elétrica no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da presidência da república para participação nos leilões de transmissão de energia elétrica e de geração de energia elétrica.

Na última semana, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República havia recomendado a qualificação dos projetos nos certames.

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