Conhecido no passado como o “leilão da expansão do setor elétrico brasileiro”, pelo potencial de contratação de novos projetos de geração de energia, o leilão A-5 será realizado nesta sexta-feira, 14 de outubro, em um cenário bem diferente daquele quando foi idealizado no Novo Modelo do Setor Elétrico, instituído em 2004. Afinal, de acordo com especialistas do setor, espera-se novamente que a licitação seja marcada por um baixo volume de contratação de energia, devido a menor necessidade declarada pelas distribuidoras.
“É um leilão para cumprir tabela”, afirma o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da UFRJ, o professor Nivalde de Castro. “O governo está com decisões cada vez mais consistentes de ampliar o mercado livre. A geração distribuída está crescendo exponencialmente. Então, o que a distribuidora projeta [de crescimento de demanda] para daqui a cinco anos é quase nada”.
De acordo com relatório do Instituto Acende Brasil, uma novidade do leilão é a criação de um produto específico para comercialização de energia de empreendimentos termelétricos a biogás e carvão mineral nacional. Assim, os empreendimentos que disputam esse produto não vão competir diretamente com outros combustíveis, como biomassa, conforme ocorria nos leilões anteriores.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), foram cadastrados 2.044 empreendimentos para o leilão, totalizando 83.055 megawatts (MW) de capacidade instalada. Desse total, a maior parte é relativa à fonte solar, com 55,8 mil MW ou 67,25% do total, seguida pela eólica com 23,2 mil MW (27,9%).
O leilão, a ser promovido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), está previsto para começar às 10h.