Mercado energético

Fitch prevê crescimento de 1,3% no consumo faturado e manutenção nos preços

O crescimento do consumo faturado de energia deve ser modesto e os preços de geração tendem a continuar estáveis. A avaliação é da FitchRatings, que elaborou relatório sobre as perspectivas do mercado para o próximo ano.

Fitch prevê crescimento de 1,3% no consumo faturado e manutenção nos preços

O crescimento do consumo faturado de energia deve ser modesto e os preços de geração tendem a continuar estáveis. A avaliação é da FitchRatings, que elaborou relatório sobre as perspectivas do mercado para o próximo ano.

Segundo a agência, o crescimento do consumo faturado de energia no Brasil deve ser de 1,3% em 2024. A alta discreta é reflexo de fatores como o relevante volume de geração distribuída nas áreas de concessão de algumas distribuidoras e a busca de eficiência energética no padrão de consumo no país, o que limita o aumento da geração de caixa das geradoras e distribuidoras.

Os preços de geração de energia devem continuar em patamares baixos diante do excesso de oferta de capacidade, redução do risco hidrológico e baixo crescimento da demanda. Mesmo assim, em alguns períodos do ano, o fenômeno El Niño poderá elevar os preços da energia e os níveis de despacho térmico.

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Ao final de outubro, os níveis dos reservatórios hidrológicos eram os maiores dos últimos dez anos. A Fitch avalia que este cenário beneficia a geração de caixa das empresas que têm parcela significativa de ativos de geração hídrica e com energia já contratada, como AES Brasil, Aliança, Auren e Engie Brasil.

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Para geradoras eólicas e solares, o impacto do cenário hidrológico é neutro.

Já a Eneva, maior participante privado de geração térmica, pode se favorecer de um maior nível de despacho na ocorrência de eventos climáticos extremos associados ao fenômeno El Niño. Para o segmento de transmissão de energia, não são esperadas mudanças.

A agência avalia que o setor de energia deve manter a forte liquidez, beneficiado pelo amplo acesso a fontes de financiamentos, que poderão ser aplicados nos investimentos recorrentes das companhias.

Segundo a Fitch, os elevados ratings de crédito do setor refletem a previsibilidade do segmento de transmissão, os contratos de venda de energia de médio-longo prazos no mercado de geração e o monopólio natural das distribuidoras em suas áreas de concessão, com repasse às tarifas dos custos não gerenciáveis, como os de compra de energia.

Apesar da geração de caixa pressionada pela baixa demanda e pelos fatores climáticos, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve se fortalecer com revisões tarifárias para algumas distribuidoras, finalização de investimentos e até mesmo pelo modesto crescimento no consumo. O pagamento de empréstimos pode representar uma saída de caixa importante, que pode ser levemente compensada pela esperada queda da taxa de juros.

A Fitch mapeia possibilidades de mudanças no setor, como fusões e aquisições, leilões e novos projetos. O estudo não considera acordos ou ativos ainda não anunciados.

 O relatório “Energia Elétrica no Brasil: Perspectiva 2024” está disponível no site da Fitch Ratings.