Agência e Opep projetam desaceleração no crescimento de demanda por petróleo
A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) e a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) preveem desaceleração no crescimento de demanda por petróleo. Apesar de a tendência ser a mesma para as duas instituições, a demanda adicional projetada pela Opep é quase o dobro do acréscimo esperado pela IEA.
Segundo a Opep, em 2024 o consumo global de petróleo deve ser de 104,46 milhões de barris por dia, o que significa um aumento de 2,26 milhões na comparação com 2023. Para 2025, a organização espera um acréscimo de 1,85 milhão de barris de petróleo por dia, totalizando 106,31 milhões de barris diários. Entre 2022 e 2023, o aumento no consumo registrado pelo cartel foi de 2,56 milhões de barris por dia.
Já a IEA prevê um incremento na demanda de 1,2 milhões de barris por dia para este ano, e de 1,1 milhão de barris para 2025. Segundo a associação, isto reflete uma normalização no crescimento após a pandemia de covid-19 e dos efeitos sobre o mercado de energia da guerra na Ucrânia.
A IEA calcula que o uso de petróleo aumentou 1,6 milhão de barris por dia no primeiro trimestre de 2024, contra um aumento de 1,9 milhão de barris por dia no mesmo período de 2023.
Principal motor para o aumento na demanda, a China também está em tendência de desaceleração, segundo a IEA. Enquanto em 2023 seu consumo aumentou em 1,7 milhão de barris por dia, em 2024, a China deve responder pelo consumo de 500 mil novos barris por dia, e em 2025 o aumento do consumo chinês deve ser de 300 mil novos barris por dia.
Opep
Dos 2,26 milhões de novos barris consumidos globalmente, a Opep calcula que 1,2 milhão será produzido por países que não fazem parte do cartel. Os maiores supridores de fora do bloco devem ser Estados Unidos, Canadá, Brasil e Noruega. O Brasil deve ter o segundo maior aumento na oferta, atrás apenas dos Estados Unidos.
Segundo a Opep, o consumo de petróleo na América Latina cresceu 395 mil barris de óleo por dia em janeiro de 2024, com demanda puxada pela Venezuela e pelo Brasil.
O cartel mantém a previsão de que o Brasil será um grande produtor de óleo e biocombustíveis em 2024, mas reduziu levemente a previsão de produção, de 4,4 milhões de barris por dia previstos em janeiro de 2024 para 4,3 milhões de barris por dia. O crescimento neste ano seria de 120 mil barris por dia. Para 2025, a previsão de aumento é de 180 mil barris produzidos por dia.