A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) informou que avançou nos estudos sobre implementação de transmissão de energia elétrica em corrente contínua (HVDC, na sigla em inglês) do tipo VSC (Voltage Source Converter), uma tecnologia que tem custo mais elevado que a usada atualmente (LCC, Line Commutated Converter), por uso de redes subterrâneas ou submarinas.
Em dezembro, a estatal de planejamento iniciou uma toma de subsídios junto aos fabricantes da indústria HVDC para analisar a viabilidade da tecnologia HVDC-VSC no sistema brasileiro.
No dia 21, foi feita uma reunião preparatória com os fabricantes, e na sequência a EPE enviou a eles um formulário com questões de interesse sobre aspectos de fornecimento, projeto e operação desse tipo de solução. Há ainda questões submetidas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre assuntos operacionais e de desempenho da tecnologia.
Em fevereiro, estão previstas quatro reuniões entre as equipes técnicas envolvidas para esclarecimento de dúvidas e discussões sobre o tema.
Novo bipolo vem aí
As análises fazem parte do cronograma do “Estudo de Expansão das Interligações Regionais – Parte III: Expansão da Capacidade de Exportação da Região Nordeste”, que deve acontecer ao longo de 2024, com a definição dos montantes envolvidos na expansão planejada e e a análise das alternativas técnicas.
Em 15 de dezembro, o presidente da EPE, Thiago Prado, explicou que a estatal deve concluir em 2024 os estudos para licitação de um novo bipolo de energia, saindo do Nordeste para o restante do país. “Esse bipolo seria para um leilão em 2025 ou 2026”, explicou Prado, depois de participar do leilão de transmissão realizado na data, que contratou um linhão HVDC com a tecnologia LCC.
Segundo Prado, é preciso avaliar todas as características da VSC antes de decidir pela sua contratação. “Precisamos estudar melhor, porque se houver uma falha nessa linha precisamos entender qual o comportamento do sistema elétrico. Estamos justamente avaliando se essa nova tecnologia se adequa ao que estamos tentando fazer aqui”, disse Prado.
Na ocasião, ele disse ainda que uma das possibilidades é que esse novo bipolo conecte o Nordeste com o Sul do Brasil, com mais de 3 mil km, a maior linha já instalada até hoje. “Esse é um dos cenários, mas não tem nada definido”, disse.