Brasil tem tudo para liderar a transição energética, diz Fatih Birol, da AIE

Camila Maia

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Camila Maia

Publicado

09/Jun/2021 16:25 BRT

O Brasil tem tudo para ter um papel de liderança na transição energética e no caminho para fontes de energia limpa, disse Fatih Birol, diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), em evento promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e que também contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

"O Brasil está muito bem posicionado em termos da transição energética, tem uma pegada de carbono muito baixa em comparação com outros países. Espero que o Brasil mostre sua liderança na marcha por uma energia limpa e um futuro mais limpo", disse Birol.

Ele destacou que existe uma "corrida" contra o tempo pelas mudanças climáticas e que os países ricos estão andando na frente daqueles em desenvolvimento. "Mas a natureza dessa corrida é tal que, a menos que todos os países a concluam, ninguém vai vencer", disse.

Para isso, é preciso tanto expandir o uso de tecnologias limpas existentes - solar, eólica, hídrica, biocombustíveis, nuclear e eficiência energética - como reforçar os estudos de desenvolvimento de tecnologias que ainda não estão prontas para o mercado, como as soluções em torno do hidrogênio verde.

Segundo Birol, isso é fundamental para que os compromissos anunciados pelos países com as metas de redução de emissões sejam cumpridas. "Hoje, eu vejo duas tendências. Uma é a dos governos, firmando compromissos com as mudanças climáticas. A outra é a das emissões de carbono, que aumentaram substancialmente neste ano", disse Birol, cobrando maior compromisso "na vida real" com as metas. Ele afirmou que as emissões globais tiveram segundo maior aumento da história, puxadas principalmente pelo uso de carvão em países asiáticos. 

O ministro Bento Albuquerque destacou que o planejamento energético do Brasil considera o imenso potencial das fontes limpas e renováveis de geração de energia, e que isso abre um "enorme potencial" de atração de investimentos nacionais e internacionais no país.

"Entendemos que com a retomada da economia, não só brasileira mas mundial, o ambiente de negócios vai continuar favorável a investimentos privados e por parte do estado. O desafio só será superado se houver essa integração e cooperação com organismos internacionais entre países", disse o ministro.