Óleo e Gás

Alta da produção global de petróleo em 2024 pode elevar emissões após quatro anos de queda

A produção global de petróleo deve crescer 3% em 2024, o que pode aumentar as emissões de dióxido de carbono (CO₂), depois de quatro anos de reduções – excluindo o período da pandemia. Segundo análise da Wood Mackenzie, melhorias incrementais para reduzir as emissões podem ser realizadas pelas companhias, porém “mais esforços” serão necessários para diminuir as emissões.  

Alta da produção global de petróleo em 2024 pode elevar emissões após quatro anos de queda

Captura, uso e armazenamento geológico de carbono (CCUS, na sigla em inglês), redução de queimas, eletrificação e aumento de participação em projetos greenfield ajudarão as companhias na redução das emissões por barril, em pelo menos 2%. Porém, a consultoria acredita que as emissões de escopo 1 e 2 aumentarão em 12 milhões de toneladas de CO₂ equivalente em relação ao ano passado.   

>> Entenda os caminhos e o papel do CCUS até a efetiva mitigação de gás carbônico.  

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“O setor de petróleo e do gás enfrenta um ano de grandes decisões. A consolidação das empresas permanecerá no centro das atenções, ao passo que as companhias buscam construir escala e fortalecer sua sustentabilidade através da transição energética” diz Tom Ellacott, vice-presidente sênior de Pesquisa Corporativa.  

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Petroleiras em 2024  

Diversas empresas devem focar na sustentabilidade, na eficiência de suas operações para aumentar produção de petróleo e gás e não devem investir no crescimento de projetos existentes, enquanto lidam com questões econômicas ligadas ao aumento da inflação, gargalos, incertezas nos preços e crescentes cortes de produção da OPEP+. 

Com isso, os investimentos globais em upstream devem se estabilizar, chegando aos US$ 500 bilhões em 2024, crescimento de 2% em relação a 2023 após um aumento de 18% nos últimos três anos. 

O pipeline de novos projetos também deve permanecer estável, com 45 empreendimentos em fase final de investimento, o que demandará US$ 170 bilhões para desenvolver 25,5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em reservas.  

“Cerca de 30 projetos serão concluídos em 2024. Os dez maiores foram descobertos em águas profundas e devem exigir US$ 52 bilhões em investimentos para recuperar 5 bilhões de barris de petróleo. [Acreditamos] que os investimentos devem crescer no Oriente Médio, e reduzirem nos Estados Unidos [EUA]”, afirma a consultoria.  

Entre os empreendimentos mapeados, a entidade destaca os projetos Sépia, Atapu e Sergipe-Alagoas, localizados no Brasil; Liza, na Guiana; Blocos 20 e 31 e PAJ, na Angola; DW Cape Three Points, em Gana; e o Polok-Chinwol, no México. 

M&A 

Fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) se manterão no radar das petroleiras, que devem priorizar desempenho de ativos, diversificação de portfólio e a escala dos projetos.  

“Este tem sido um tema motivador há anos e conforme as empresas procuram reduzir custos, aumentar eficiência operacional e melhorar o custo do capital pelo acesso a dívida e capital mais baratos. Este último ponto tornou-se evidente nos últimos meses, especialmente nos EUA”, destacam Greig Aitken, diretor de Pesquisa Corporativa, e Scott Walker, analista de Pesquisa Sênior, em comunicado sobre o relatório.