Óleo e Gás

Associações defendem retorno do programa de desinvestimentos da Petrobras

Associações ligadas aos setores de óleo e gás lançaram nesta segunda-feira, 6 de fevereiro, uma carta contra o pedido do Ministério de Minas e Energia (MME) para suspensão da venda de ativos da Petrobras por 90 dias. As 16 entidades defendem que a alienação de projetos da estatal estimula a expansão e a entrada de novos investimentos no setor, tornando “inexorável” o processo de desinvestimento.

AppleMark
AppleMark

Associações ligadas aos setores de óleo e gás lançaram nesta segunda-feira, 6 de fevereiro, uma carta contra o pedido do Ministério de Minas e Energia (MME) para suspensão da venda de ativos da Petrobras por 90 dias. As 16 entidades defendem que a alienação de projetos da estatal estimula a expansão e a entrada de novos investimentos no setor, tornando “inexorável” o processo de desinvestimento.  

Para a Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), a Organização Nacional das Indústria de Petróleo (Onip), a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), a Rede Petro-BC e a Rede Petro-RN, a decisão da pasta pode acarretar insegurança jurídica, descontinuando o processo de abertura de mercado iniciado em 1997, com a edição da Lei do Petróleo. 

Segundo as entidades, a medida pode afetar as vendas programadas pela petroleira em fase inicial, não afetando os negócios já celebrados. Entretanto, as associações destacam que a alienação dos Polos Norte Capixabao, Potiguar, Bahia Terra, Golfinho e Camarupim, a Refinaria Lubnor, o Campo de Uruguá e Tambaú e as termelétricas Suape II e Brasympe podem sofrer quebra de contratos pelos interessados.  

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Neste contexto, entendemos ser urgente esclarecer que a anunciada suspensão dos desinvestimentos, ainda que de caráter precária, traz efeitos nefastos que precisam ser afastados com urgência”, diz trecho de comunicado enviado pelas entidades. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As associações afirmam, ainda, que o processo de desinvestimento aprovado pela Petrobras resultou na definição da estratégia de foco em ativos mais rentáveis para a petroleira, permitindo que os demais projetos passassem a ser explorados por outras empresas. Para as signatárias do documento, nos últimos oito anos, os desinvestimentos da Petrobras colaboraram para reindustrialização do Brasil, estimulando o desenvolvimento local, além de aumentar a produção nos ativos devido à retomada de investimento, promover a modernização do setor e o desenvolvimento dos mercados associados. 

Fórum do Gás  

Durante o Fórum das Associações Empresariais Pró-Desenvolvimento do Mercado de Gás Natural (Fórum do Gás), uma outra carta foi divulgada pela Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Associação Brasileira de Biogás (Abiogás), a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer), a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmicas para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), a Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), a Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace) e a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine).

No documento, as entidades destacam que os desinvestimentos já realizados pela empresa comprovam a necessidade de manutenção da política de abertura do mercado e sinalizam para novos avanços concorrenciais, visto os ganhos econômicos e sociais resultantes do processo.  

“[Houve um] aumento do número de fornecedores de gás, celebração de acordos para o acesso às infraestruturas essenciais, incremento do número de usuários dos gasodutos de transporte e da disponibilidade de gás natural, entre outros – os quais beneficiam diretamente Estado e sociedade. Um dos principais desafios para o desenvolvimento do setor é o aumento da produção de gás natural e a ampliação da infraestrutura essencial para o seu escoamento, processamento e transporte”, diz a carta das associações.

Veja Também: 

FUP questiona indicações do MME para conselho de administração da Petrobras

Petrobras vai altera fórmula de preços de combustíveis e investir em fontes renováveis, diz Prates