O Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou investimentos de R$ 5,7 bilhões até 2030 na criação de um corredor verde para transporte de gás natural liquefeito (GNL).
A primeira fase do projeto começa em 2025 e prevê o transporte de 150 mil m³ por dia de GNL. Esta fase deve receber R$ 1,3 bilhão em investimentos e fazer a ligação do Porto de Santos, em São Paulo, com o Porto de São Luís, no Maranhão, com oito centrais de abastecimento pelo trajeto. O gás será fornecido pela Edge, do grupo Cosan.
No total, o projeto prevê a implementação de 35 estações de abastecimento, que devem ter capacidade para abastecer 500 caminhões por dia, além de oferecer instalações de apoio aos motoristas.
Segundo o MME, os caminhões que vão transportar o GNL também usarão o gás como combustível, e a meta inicial é de que 1.500 veículos estejam em operação até 2026, com previsão de ampliação desse número até 2030.
O MME fez o anúncio nesta segunda-feira, 8 de outubro, após reunião com as empresas VirtuGNL, Eneva e Edge. A estimativa é que os caminhões movidos a GNL emitam de 20% a 30% menos CO2 na comparação com veículos a diesel.
Outros projetos de corredores de GNL das empresas
Em fevereiro de 2024, a Eneva, a Scania e a VirtuGNL anunciaram projeto de corredor logístico de GNL, que previa a compra e venda de 180 caminhões movidos a GNL. No modelo, a Eneva fornece o combustível e o utiliza para transporte de suas cargas, a Scania é a fabricante dos caminhões e a VirtuGNL fornece os serviços logísticos de descarbonização, envolvendo a operação dos caminhões e postos de abastecimento.
Dos 180 veículos envolvidos no projeto, 30 seriam utilizados pela GNL Brasil, uma joint-venture da Eneva e VirtuGNL para venda de GNL de pequena escala. O combustível é extraído e gaseificado nos campos da Eneva e levado por meio rodoviário até plantas da Vale e da Suzano no Maranhão.
Os outros 150 caminhões foram adquiridos pela VirtuGNL para um projeto com a fabricante de fertilizantes Yara Brasil. O projeto foi anunciado em setembro e prevê a utilização dos veículos movidos a GNL no transporte dos fertilizantes. A operação deve começar pelo Maranhão, com previsão de expansão para outros estados. A Eneva também é a fornecedora do gás para este projeto.
*Nota atualizada às 16h07 para incluir a informação de que o volume de 150 mil m³ por dia no corredor de GNL divulgado pelo MME será fornecido pela Edge.