As concessionárias de energia elétrica dos Estados Unidos (EUA) estão aumentando o uso do sistema de armazenamento de energia em baterias em períodos de preços baixos para comercializar energia em momentos que os preços estão mais elevados, destaca análise da U.S. Energy Information Administration (EIA), agência de estatística e análise do Departamento de Energia dos EUA.
A estratégia é conhecida como arbitragem, que envolve a compra e venda simultânea de ativos idênticos ou semelhantes em dois ou mais mercados, a fim de lucrar com a discrepância temporária de preços. Segundo a EIA, a arbitragem é o principal mecanismo de uso das baterias no país e soma 10.487 MW de capacidade.
No final de 2023, as concessionárias norte-americanas relataram à IEA que operavam 575 baterias com capacidade coletiva de 15.814 MW – número que a entidade espera triplicar até o final de 2028, com outros 35.953 MW de armazenamento de baterias adicionados a grade.
As empresas de serviços públicos também estão usando o armazenamento de energia em baterias para reforçar a robustez da rede e os sistemas têm ajudado em períodos de excesso de energia eólica e solar na rede, diz a análise.
No ano passado, o Departamento de Energia (DOE) dos Estados Unidos anunciou que o governo do presidente Joe Biden destinaria US$ 3,5 bilhões em recursos para ampliar, adaptar e instalar de novas fábricas nacionais para produção de minerais críticos usados em baterias. O objetivo é melhorar a segurança do país, reduzindo sua dependência do mercado exterior.
De acordo com estimativa do DOE, a demanda por baterias de lítio crescerá entre cinco e dez vezes até ao final da década, o que torna essencial o investimento do país, até mesmo em baterias sem lítio.
Neste ano, o departamento norte-americano também anunciou um pacote de financiamentos de US$ 131 milhões para projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de baterias e sistemas de carregamento de veículos elétricos (VEs).
Com foco na comercialização em larga escala de VEs, os subsídios focarão em projetos que respondam às necessidades dos fabricantes de veículos eléctricos e fornecedores de baterias.
Baterias no Brasil
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) definiram, em maio, o processo produtivo para os sistemas de armazenamento em baterias industrializado (BESS, na sigla em inglês) no Brasil e na Zona Franca de Manaus (ZFM).
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O Ministério de Minas e Energia (MME) também tem discutido a inclusão dos sistemas de armazenamento no leilão de reserva de capacidade, previsto para agosto. Contudo, o ministro do MME, Alexandre Silveira, já destacou que a inserção só será possível quando for “tecnicamente adequado”.
Também em maio, um seminário foi promovido pela pasta para falar sobre a assunto. Durante a apresentação, a diretora do Departamento de Planejamento e Outorgas de Geração de Energia Elétrica da pasta, Christiany Faria, destacou a importância dos sistemas de armazenamento e informou que apesar de não estar sendo tratado no âmbito da consulta pública, das 780 contribuições recebidas por agentes múltiplos, cerca de 15% foram sobre o tema de armazenamento, e desse percentual quase a metade foi para baterias stand-alone ou associadas.
No ano passado, a pasta lançou o projeto Vale do Lítio, a fim de estimular a mineração e a cadeia produtiva do lítio no norte de Minas Gerais.
Em evento realizado em Nova York, o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral da pasta, Vitor Saback, destacou que os investimentos vão ajudar a promover a diversificação da oferta do lítio no mundo, fomentando a indústria de baterias para armazenamento de energia.
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