Planejamento

Com 225 GW na fila por conexão, operador de grid nos EUA reestrutura processos para ganhar celeridade

Com 225 GW na fila por conexão, operador de grid nos EUA reestrutura processos para ganhar celeridade

O crescimento acelerado dos projetos de geração renovável coloca um desafio adicional às instituições do setor elétrico brasileiro. Nos últimos anos, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem trabalhado para aprimorar o planejamento da operação, já que o avanço se dá, principalmente, por fontes não despacháveis, e a rede de transmissão existente não é capaz de escoar os muitos GW de geração eólica e solar na fila.

Se no Brasil há cerca de 160 GW em projetos renováveis com outorga na fila para serem viabilizados, nos Estados Unidos, apenas o PJM, que faz a operação do grid de 13 estados na costa leste do país, tem 225 GW na fila para receberem autorização e se conectarem à rede de transmissão.

Com mais de 2.500 projetos de geração na fila para se conectarem à rede, o PJM formou um grupo de trabalho em abril de 2021 para definir uma reestruturação dos processos de conexão de novos empreendimentos, para ganhar eficiência e velocidade. Na semana passada, foi aprovada uma proposta de transição para as novas regras, que inclui prioridade na análise de cerca de metade desse estoque.

O debate não aconteceu sem polêmicas, com alguns investidores questionando se haveria uma “pausa” nas autorizações de conexão por dois anos, uma vez que as novas regras devem entrar em vigor em 2024. A MegaWhat entrou em contato com o PJM, que garantiu que a suspensão não está sendo cogitada, pelo contrário. A ideia é acelerar projetos considerados prioritários durante a fase de transição.

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A proposta, que ainda precisa ser confirmada pelo Comitê de Mercado e Confiabilidade do PJM em março, garante prioridade à 1.200 projetos na fila, incluindo um fast-tracking para 450 deles. Os projetos que entraram na fila antes de 2021 serão priorizados como parte do plano de transição.

Segundo o vice-presidente de planejamento do PJM, Ken Seiler, os novos procedimentos propostos irão resultar em um sistema “melhor, mais rápido e mais eficiente” para integrar projetos e permitir que os estados operados atinjam suas metas de fontes de geração renovável de energia.

“Estamos priorizando mais de 1.200 projetos que temos no estoque, muitos deles renováveis, e que representam mais de 100 mil MW de capacidade – metade da capacidade que temos no sistema hoje”, explicou Seiler. Segundo ele, o foco é avançar na conexão desses empreendimentos ao PJM.

Para atender a demanda cada vez maior de projetos na fila, o PJM fez contratações adicionais, e pretende continuar fazendo até 2023. O operador tem cerca de 225 GW em projetos aguardando autorização, sendo 95% das fontes eólica, solar, baterias para armazenamento ou projetos híbridos de renováveis com baterias.

Caso as novas regras sejam aprovadas, os projetos enviados antes serão prioridade nas análises do PJM, e os processos serão simplificados. Durante a transição, o operador pretende reduzir o tempo em que os empreendimentos ficam na fila e eliminar aqueles projetos que não serão viabilizados.

O PJM opera o grid dos estados Delaware, Illinois, Indiana, Kentucky, Maryland, Michigan, Nova Jersey, Carolina do Norte, Ohio, Pensilvânia, Tennessee, Virginia, Virginia Ocidental, além do Distrito de Columbia.