A posse dos novos diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa e Fernando Mosna, contou com o apelo do colegiado para a abertura de novos concursos públicos que reforcem o quadro técnico de servidores da autarquia, que hoje apresenta uma defasagem de 25%.
“Estou na Aneel há quase 18 anos e nós nunca experimentamos um número tão reduzido de servidores. São 25% a menos de servidores na Aneel e temos apenas na Superintendência do doutor Cabral [Superintendência de Concessões e Autorizações de Geração (SCG)], 4 mil pedidos de outorga, número 20 vezes maior do que já experimentamos”, disse Sandoval Feitosa, diretor-geral da Aneel.
Segundo Feitosa, há uma pressão muito grande na agência nos quadros de servidores, com concessões e requisições para outros órgãos da administração pública, além da saída de servidores para a iniciativa privada, por melhores remunerações e maiores oportunidades de carreira.
“Precisamos da vossa ajuda, senhores ministros”, pediu o novo diretor-geral aos ministros que estavam presentes em sua posse, da Casa Civil, Ciro Nogueira, de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, e da Cidadania, Ronaldo Bento.
Voltando a assumir a Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira, Camila Bonfim que ocupou por 90 dias a diretoria-geral da Aneel, também discursou ressaltando que muito da credibilidade da Aneel vem da excelência do seu quadro técnico.
“Temos um quadro de servidores altamente comprometidos com a instituição, mas que precisa de cuidado e atenção. É claro que as decisões da diretoria não precisam acompanhar integralmente a orientação das áreas técnicas, mas sem dúvida, os subsídios técnicos calcados em uma fundamentação robusta e bem construída permitem que a diretoria consiga entender o problema regulatório e possa contribuir com o processo”.
Dessa forma, ao evidenciar a participação das áreas técnicas no processo decisório da Aneel, Camila Bonfim destacou que não há concurso público há dez anos, o que causa no déficit de pessoal de 25% do quadro efetivo.
“O setor elétrico de hoje é diferente do setor elétrico de 25 anos atrás e essa complexidade será ainda maior com a modernização do setor. A renovação do quadro técnico não é uma questão apenas de quantidade. Precisamos das novas gerações para nos ajudar a modernizar o setor”, finalizou Camila Bonfim sobre o tema.