Subsídios

Associações pedem veto de Lula em 'jabutis' no PL da eólica offshore

presidente luiz inacio lula da silva
Presidente Lula ainda precisa sancionar PL da eólica offshore, aprovado no Senado em 12 de dezembro de 2024 | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Associações representantes de consumidores, geradores, transmissores e distribuidores de energia elétrica enviaram carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo veto às emendas “jabutis” aprovadas pelo Congresso no Projeto de Lei 576/2021, aprovado no fim de 2024, que cria um marco legal para a exploração de geração eólica offshore.

Segundo a carta, os artigos 19, 22 e 23 “divergem significativamente do objetivo original do projeto, que é estabelecer um marco regulatório para a geração de energia eólica offshore, acarretando impactos substanciais para o setor elétrico e para os consumidores de energia, através do comprometimento da estabilidade econômica e operacional do sistema elétrico e do aumento tarifário”.

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As associações criticaram a inclusão das emendas pela Câmara, assim como sua confirmação pelo Senado, por representarem a criação ou postergação de subsídios que oneram a conta de luz e não tem relação com o tema inicial do PL – a geração eólica offshore.

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Os “jabutis” – jargão político para emendas não relacionadas ao tema original do projeto – envolvem subsídios que beneficiam os segmentos do carvão mineral, termelétricas a gás natural, PCHs e geração distribuída.

Na carta ao presidente Lula, apontam, utilizando cálculos feitos pela consultoria PSR, que as emendas geram custo de no mínimo R$ 545 bilhões até 2050, correspondente a R$ 22 bilhões por ano, ou 9% de impacto na conta de luz.

“Esses custos adicionais agravarão a situação dos consumidores brasileiros, que já enfrentam uma das contas de energia mais elevadas do mundo”, diz a carta, que menciona ainda as pressões inflacionárias resultantes do aumento da tarifa de energia elétrica.

O documento defendeu que a geração eólica offshore “necessita de um marco regulatório que traga segurança jurídica e previsibilidade para investidores”, mas sem emendas que “prejudiquem o equilíbrio do setor elétrico e sobrecarreguem a sociedade brasileira”.