A cerimônia da capitalização da Eletrobras na B3, em São Paulo, foi marcada por discursos em homenagem ao presidente Jair Bolsonaro, por ter “criado condições” para a segunda maior operação no mercado de capitais brasileiro. O presidente estava presente, mas não discursou, e só participou das fotos do aperto de campainha.
“A missão é deixar esse legado para gerações futuras, a maior empresa de geração de energia limpa e renovável está livre. É como um filho, de 18, 9 anos, que vai sair da casa dos pais. Não precisa ficar mais sob a proteção do Estado”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em seu discurso.
O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, convidou o ex-ministro Bento Albuquerque para dividir o palco. “Essa é a nova dupla do MME”, brincou Albuquerque, que foi demitido pelo presidente Bolsonaro há pouco mais de um mês em maio à mais uma crise dos preços de combustíveis.
Em tom descontraído, Albuquerque comentou que conheceu o atual presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, na academia em Brasília, e destacou os esforços implementados nessa operação desde que foi convidado a assumir a pasta de Minas e Energia, em dezembro de 2018.
O atual ministro, Adolfo Sachsida, afirmou que “a economia do resto do mundo está caindo e o Brasil está subindo”, graças Às políticas econômicas “sob orientação do ministro Paulo Guedes.”
Também discursaram o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, que celebrou a missão “pensada como impossível, nos apontando o Brasil do futuro”, e o presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, que afirmou que a companhia “inicia uma nova fase, preparada para seguir o papel de protagonista no setor elétrico.”
A oferta
A oferta da Eletrobras teve as ações precificadas em R$ 42, levantando cerca de R$ 30 bilhões para o caixa da companhia. Como houve demanda para o dobro das ações ofertadas, foi alocado o lote suplementar de ações ordinárias, e BNDES vendeu ainda parte da sua participação na companhia, por R$ 2,9 bilhões, levando o total movimentado a R$ 33,6 bilhões.
Agora, a União e o BNDES, que tinham 68,6% das ações ordinárias da Eletrobras, passaram para 40,3%. No capital total, a fatia ficará em 36,9%, abaixo do patamar mínimo projetado pelo governo para a privatização, que era de 45% das ações da companhia.
A Eletrobras ainda não informou sua nova composição acionária.