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Governo antecipa operação de térmicas a GNL para garantir atendimento à ponta

Entre as medidas, está o despacho das termelétricas a gás natural liquefeito (GNL) Santa Cruz e Linhares ao longo de todo o mês de novembro.

Reunião do CMSE de setembro. Crédito: Tauan Alencar, MME.
Reunião do CMSE de setembro. Crédito: Tauan Alencar, MME.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou em reunião realizada nesta terça-feira, 3 de setembro, ações preventivas para a maximização de recursos para o atendimento à ponta do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Entre as medidas, está o despacho das termelétricas a gás natural liquefeito (GNL) Santa Cruz e Linhares ao longo de todo o mês de novembro. As usinas possuem custo variável unitário (CVU), respectivamente, de R$ 139,95/MWh e R$ 205,18/MWh.

A MegaWhat apurou que a cadeia de modelos aponta a necessidade das usinas para a semana de 2 de novembro. Dessa forma, o despacho das usinas leva em consideração o cálculo do benefício do despacho antecipado, já que precisam do chamado de 60 dias para operação e garantia do combustível.

Ainda está prevista a possibilidade do despacho flexível das duas usinas a GNL, além da Porto Sergipe I, buscando a minimização do custo total de operação do SIN, para atendimento à ponta de carga do sistema considerando os custos a serem autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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O CMSE também aprovou a articulação para viabilizar operação excepcional do reservatório intermediário da hidrelétrica de Belo Monte com vazão mínima de 100 m³/s, respeitadas as licenças e autorizações necessárias.

Em transmissão, a articulação deve ocorrer visando a entrada em operação das linhas de transmissão 500 kV Porto do Sergipe – Olindina – Sapeaçu e Terminal Rio – Lagos (c.1 e c.2), além da linha 345 kV Leopoldina 2 – Lagos, para assegurar o pleno escoamento de potência nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro.

Além disso, foi considerada a possibilidade de utilização de critérios de desempenho e segurança menos restritivos para a operação do sistema, quando necessário, de forma a garantir a maximização do uso de recursos disponíveis e o atendimento às cargas entre setembro e novembro, conforme estabelecem os procedimentos de rede.

Durante a reunião, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou as perspectivas de atendimento ao sistema elétrico durante o ano de 2024, considerando o cenário de hidrologia desfavorável, em especial no Norte do Brasil.

Para o segundo semestre, os modelos indicam com grau de incerteza a configuração do fenômeno La Niña. Além disso, a previsão para os meses de setembro a novembro indica chuva abaixo da média no Norte e no Centro-Oeste e temperatura acima da média histórica em todo o Brasil.

A análise prospectiva do ONS indicou que, para os meses de setembro a dezembro, em cenários de elevada demanda e baixa contribuição da geração eólica, será necessária a utilização de recursos da reserva operativa para o atendimento da demanda máxima (ponta) do sistema.

Apesar do cenário desfavorável na região Norte, o armazenamento equivalente no SIN é de 58% e, ao final do período seco, deve atingir entre 42% e 49%.

Atraso ou período úmido ruim

Caso o período úmido tenha seu início atrasado, ou ocorra abaixo da média histórica, o plano de contingência apresentado para os anos de 2025 e 2026 ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, prevê como primeira medida preservar a água na cabeceira dos reservatórios, reduzindo a vazão de hidrelétricas, assim como ocorreu em Jupiá e Porto Primavera.

Depois dos reservatórios, o plano prevê o despacho termelétrico antecipadamente, o fora da ordem de mérito. Na sequência, o governo estuda trabalhar nas restrições do Sistema Interligado Nacional (SIN), visando garantir maior recurso solar e eólico.

Como noticiado pela MegaWhat, em 2024, carta destinada ao secretário de Energia do MME, Gentil Nogueira, pelo diretor-geral do ONS, Marcio Rea, ressaltou que mesmo no pior cenário de vazões, com redução do armazenamento das hidrelétricas até o fim do ano, os critérios de atendimento de energia são cumpridos.

O atendimento aos requisitos de potência, porém, fica comprometido em cenários com demandas elevadas associadas a um baixo desempenho das eólicas e hidrologia desfavorável.

Impacto das queimadas e eleições municipais

Durante a reunião, a Aneel apresentou ações contra desligamentos provocados pelas queimadas, de modo a aumentar a confiabilidade do sistema elétrico brasileiro.

O CMSE também discutiu a operação especial do sistema nas eleições municipais, conforme Resolução nº 1/2005, que determina que o ONS deverá propor medidas especiais de segurança de modo a garantir o fornecimento de energia elétrica em eventos de grande relevância.

Expansão da geração e transmissão

A expansão verificada em agosto de 2024 foi de 571 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica e de 1.683 MVA de capacidade de transformação. Assim, no ano de 2024, a expansão totalizou 7.096,5 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 2.409,4 km de linhas de transmissão e 10.730 MVA de capacidade de transformação.