Requisito de potência

ONS avalia leilões de reserva de capacidade anuais para garantir atendimento da ponta

Mesmo com uma situação de seca severa nas regiões Norte e Sudeste, situação é mais favorável na comparação com a crise hídrica de 2021.

Christiano Vieira, ONS, e Mário Menel, Fase, durante o VIII Fórum Cogen
Christiano Vieira, ONS, e Mário Menel, Fase, durante o VIII Fórum Cogen | Divulgação Cogen

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) avalia que os leilões de reserva de capacidade na forma de potência devem ser realizados anualmente, garantindo que a melhor e mais eficiente tecnologia atenda aos requisitos do sistema.

“O Plano de Operação Energética Anual (PEN) aponta os requisitos de potência no horizonte de estudos, que são cinco anos, e a importância de sempre a partir da identificação de uma necessidade de demanda, que é importante ter um processo que permita a recomposição. A contratação dessa capacidade para atender ao requisito, à necessidade do sistema”, explicou Christiano Vieira, diretor de Operações do ONS, em apresentação no VIII Fórum Cogen: Cogeração de Energia e Geração Distribuída.

Mesmo com uma situação de seca severa nas regiões Norte e Sudeste, Vieira ressaltou a situação mais favorável do sistema em 2024 na comparação com a crise hídrica de 2021, com mais recursos eólicos, solares e de micro e minigeração distribuída (MMGD) no sistema.

“Estamos preparados para essas situações em 2024, mas de olho na segurança operativa de 2025”, completou o diretor do Operador, que aguarda o início do período úmido em meados de outubro para entender as medidas de contingência que serão utilizadas no planejamento.

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Mesmo assim, o ONS trabalha com a expectativa de chuvas abaixo do esperado para o período úmido, e busca medidas, num cenário de frustração, para operar com uma garantia de confiabilidade e robustez no atendimento do SIN.

Segundo Christiano Vieira, a depender de como for o próximo período úmido, pode-se ter um ano de 2025 muito próximo ao de 2021, considerando a capacidade dos reservatórios. “A seca do Norte tira uma contribuição de potência importante de [das hidrelétricas] de Jirau, Santo Antonio e Tucuruí para atendimento de ponta”.

Horário de Primavera

O ONS encaminhou o estudo do horário de verão para o Ministério de Minas e Energia (MME), aprovado durante a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).

O estudo demonstra que, com o perfil atual de carga, a carga líquida, que é atendida pelo Sistema Interligado Nacional, há uma vantagem propiciada pela adoção do horário de verão, que é justamente contando com uma hora a mais de sol, aumentar a geração a partir da fonte.

“Usar a potência de geradores solares, fotovoltaicos principalmente e reduzir o eventual custo da termelétrica que seria despachada naquele momento. Então essa é uma realidade que é muito própria desse momento. O que não era, não significava essa penetração da fonte solar fotovoltaica, no volume que tem hoje, não havia no passado”, ressaltou Christiano Vieira.

A condição, inclusive, poderia ser considerada como horário de primavera, porque é justamente nesse período, da primavera, que se verifica a maior situação de seca no país, e em que é necessário o atendimento à ponta.