Desde outubro de 2020 o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) autorizou o despacho de térmicas fora da ordem de mérito devido à baixa hidrologia e baixo armazenamento dos reservatórios. A geração termelétrica fora da ordem de mérito gera o Encargo de Serviço de Sistema (ESS) que deve ter um aumento de 80% de julho a dezembro em relação ao período de janeiro de 2020 a março de 2021.
Considerando os encargos pagos pelos consumidores de janeiro de 2020 a março de 2021, o montante chegou a R$ 5 bilhões, enquanto para o período de julho a dezembro deste ano, o valor deve superar o acumulado em 15 meses, alcançando R$ 9 bilhões.
A MegaWhat divulgou a análise Previsão de Encargos por Segurança Energética em que considerou dois cenários para estimar quanto os consumidores poderão pagar adicionalmente pelo ESS.
No primeiro, que considera a totalidade de disponibilidade termelétrica do parque brasileiro, e que é o cenário considerado como o mais provável nos próximos três meses, a previsão de Encargo de Serviço do Sistema de julho a dezembro deste ano tem o menor montante adicional em agosto, em R$ 14,7/MWh e o maior em dezembro, de R$ 51,98/MWh.
Já considerando o cenário de despacho termelétrico limitado a 12 GW médios, o valor do encargo é menor. Isso ocorre porque há pouco despacho adicional de térmicas além das indicadas pelo modelo por ordem de mérito. Assim, de julho a dezembro, o menor encargo a ser pago fica para agosto com R$ 0,45/MWh, e o maior em dezembro, em R$ 2,34/MWh.
Segundo Juliana Chade, gerente de Preços e Estudos de Mercado da MegaWhat, o impacto dos ESS deve ser menor nos primeiros meses devido à alta previsão de Preço da Liquidação das Diferenças (PLD), em que as térmicas já estão despachadas por ordem de mérito. “Com o aumento da disponibilidade térmica em dezembro e a situação ainda ruim dos reservatórios, os encargos podem ser muito maior no fim do ano”, disse.
