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Silveira volta a criticar agências e diz que abertura do mercado foi injusta

“As agências reguladoras não podem confundir seu papel com formulador de política”, disse o ministro

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira / Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom, Agência Brasil

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a criticar as agências reguladoras e a distribuição de subsídios entre o mercado livre e o mercado regulado no país. “As agências reguladoras não podem confundir seu papel com formulador de política”, disse Silveira nesta quarta-feira, 26 de junho, durante o XII Fórum Jurídico de Lisboa.

Segundo o ministro, o Brasil escolheu um modelo de setor elétrico “praticamente todo privatizado”, e por isso é preciso buscar “equilíbrio e fortalecimento” no diálogo entre o poder público e as empresas privadas para estimular investimentos no país.

O ministro também criticou a abertura do mercado livre no país, classificada por ele como “injusta” já que o pagamento de subsídios seria feito de forma desproporcionalmente maior pelo mercado regulado.

“Como incentivo à grande indústria, seria natural que, em consequência de usarem menos da estrutura física do setor de distribuição, pagassem menos dessa estrutura. Mas a CDE [Conta de Desenvolvimento Energético] deveria ser distribuída de forma equânime no Brasil”, disse o ministro a jornalistas após o evento.

“Quero fazer um leilão de baterias no Brasil”

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Silveira declarou que tem expectativa de fazer um leilão de baterias no Brasil, e avalia que esta pode ser uma solução para dar estabilidade à geração renovável no país.

“Aí, sim, nós vamos ter tranquilidade, porque não falta produção de energia, é o contrário no Brasil. Nós vamos ter estabilidade dessas energias, o que nos dá segurança energética”, disse.

>> Ministro de Minas e Energia fala sobre a inserção de baterias no leilão de reserva de capacidade.

Hidrogênio e gás de Vaca Muerta

O ministro voltou a criticar o custo do gás no Brasil, e avalia que o hidrogênio pode ser mais competitivo do que o gás fóssil. “Comparativamente com o nosso preço de gás no Brasil, o hidrogênio já tem produção interna mais viável que o gás”, disse.

Silveira visitou nesta semana uma planta de hidrogênio verde da Iberdrola na Espanha, e a companhia anunciou investimento em uma planta piloto de hidrogênio verde em Brasília, para abastecimento veicular.

Em relação ao gás natural, o ministro voltou a sinalizar a importação de gás não-convencional de Vaca Muerta, na Argentina, como forma de reduzir o preço da molécula no país.

>> A distância entre o MME e a agenda do setor de energia.