Transmissão

Flexibilização de critérios de transmissão deve adicionar 2.850 MW ao Sudeste

Flexibilização de critérios de transmissão deve adicionar 2.850 MW ao Sudeste

A flexibilização dos critérios de transmissão de energia pode resultar em ganho adicional para o Sudeste/Centro-Oeste da ordem de 2.850 MW, de acordo com material preparado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O tema deve ser discutido na reunião de amanhã, 4 de agosto, do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). 

O operador apresentou ao CMSE a proposta de flexibilizar os limites de intercâmbio do critério N-2 para N-1, de forma a permitir um maior escoamento do sistema de transmissão e, consequentemente, de disponibilidade de energia entre os submercados.

O critério N-1 de confiabilidade é adotado de forma geral no Sistema Interligado Nacional (SIN), mas alguns pontos do sistema, especialmente os principais troncos de transmissão, usam critérios de confiabilidade mais restritivos. Isso acontece pois o operador considera que o benefício do investimento adicional em confiabilidade é superior ao impacto socioeconômico causado por uma eventual falha múltipla no suprimento. Segundo Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS, com o critério N-1, há uma “sobra” para o limite de transmissão.

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Segundo a nota do ONS, a condição energética “desfavorável” do Sistema Interligado Nacional (SIN) justifica a medida, que vai minimizar o risco de desabastecimento do Sudeste/Centro-Oeste, por meio da maximização da transferência de energia por meio de interligações regionais. Assim, será possível utilizar a disponibilidade de energia excedente onde houver.

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“A operação com a flexibilização dos critérios para N ou N-1 pode ser adotada a depender do nível de risco e consequências que as entidades do setor estiverem determinadas a assumir, para garantir não só uma condição aceitável de armazenamento dos reservatórios quanto para atendimento à demanda de carga em condições críticas durante o ano de 2021”, diz uma das conclusões do documento do ONS.

Se a mudança for acatada, haverá risco de atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac), perda de sincronismo, estabilidade e mesmo ocorrência de blecaute. Por isso, a proposta aponta que, em situações adversas na rede de operação, como queimadas, saídas de linhas intempestivas ou intervenções, o ONS vai retornar para a operação em critério N-2 até o diagnóstico da nova situação operativa e posterior liberação do limite flexibilizado.

Na semana passada, em reunião do Programa Mensal da Operação (PMO), o ONS afirmou que a mudança, quando implementada, deve ser incorporada nos modelos a partir do PMO de setembro, que será realizado no fim de agosto. 

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