O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) deve aprovar na próxima semana a flexibilização dos critérios de segurança do sistema para permitir o aumento da exportação de energia pelos submercados Norte e Nordeste ao restante do país. A informação foi apresentada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em reunião do Programa Mensal da Operação (PMO) nesta quinta-feira, 29 de julho.
Com isso, a mudança, quando implementada, deve ser incorporada nos modelos a partir do PMO de setembro, que será realizado nos últimos dias de agosto.
No início da semana, o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, afirmou em evento que o operador apresentou ao CMSE a proposta de flexibilizar os limites de intercâmbio do critério N-2 para N-1, de forma a permitir um maior escoamento do sistema de transmissão e, consequentemente, de disponibilidade de energia entre os submercados.
O critério N-1 de confiabilidade é adotado de forma geral no Sistema Interligado Nacional (SIN), mas alguns pontos do sistema, especialmente os principais troncos de transmissão, usam critérios de confiabilidade mais restritivos. Isso acontece pois o operador considera que o benefício do investimento adicional em confiabilidade é superior ao impacto socioeconômico causado por uma eventual falha múltipla no suprimento. Segundo Ciocchi, com o critério N-1, há uma “sobra” para o limite de transmissão.
A mudança, se aprovada, vai aumentar o limite de importação de energia pelo submercado Sudeste/Centro-Oeste do Norte e do Nordeste, contribuindo para reduzir o deplecionamento dos reservatórios das hidrelétricas da região em meio à grave crise hídrica enfrentada no país.
Não se sabe ainda quando a mudança terá efeito nos preços. Na reunião do PMO, foi dito que o ONS vai discutir com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) o assunto, para que possa ter reflexos na formação de preços. A intenção é respeitar a previsibilidade de 30 dias definida pela resolução 07 do Comitê Nacional de Política Energética (CNPE). Isso significa que, se a mudança for aprovada na semana que vem, só terá efeito a partir de outubro, incorporada nos preços na reunião do PMO que acontecerá nos últimos dias de setembro.