O desenvolvimento de projetos de geração distribuída (GD) pode gerar um benefício sistêmico de R$ 50 bilhões para todos os consumidores do país até 2035, de acordo com cálculos feitos pelo Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel) e a Associação Baiana de Energia Solar (ABS). De acordo com as instituições, o benefício alcança a todos os consumidores, inclusive os que não possuem sistemas de GD.
Segundo as instituições, as contas foram feitas com base em números da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e consideram, entre outros pontos, os custos evitados com transmissão de energia e o volume de energia poupado em hidrelétricas, a partir da expansão da instalação de projetos de GD.
Segundo Ricardo Costa, conselheiro da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) e do Inel, o cálculo considera inclusive os custos apontados pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) em estudo elaborado pelas consultorias PSR e Siglasul.
“O cálculo considera os custos e ainda assim temos um benefício de R$ 50 bilhões”, afirmou Costa, em entrevista coletiva virtual realizada nesta quarta-feira, 7 de abril. “Esse benefício reflete, sim, na tarifa. Porque a tarifa não é só fio. É fio e energia. A tarifa é uma somatória de custos”.
O evento contou com a participação do deputado Lafayaette Andrada (Republicanos-MG), relator do projeto de lei 5.829/2019 , que trata do marco regulatório da GD. Segundo o presidente do Inel, Heber Galarce, o parlamentar buscou um caminho equilibrado em seu parecer sobre o texto.
“Estou confiante na decisão do Congresso”, disse Galarce.
Na mesma linha, o presidente da ABGD, Carlos Evangelista, destacou que o projeto de lei reflete um consenso no setor elétrico. “Consenso não é unanimidade”, acrescentou.