(Com Rodrigo Polito)
A Eletrobras informou que Lucia Casasanta renunciou ao seu cargo no conselho de administração da companhia, para o qual havia sido indicada pelo acionista controlador. Em nota, a Eletrobras disse que ela renunciou ao cargo “devido aos novos desafios profissionais e pessoais que pretende assumir.”
Casasanta, que foi a primeira diretora de Governança, Riscos e Conformidade da estatal, votou contra a indicação de Rodrigo Limp para a presidência da Eletrobras.
Na reunião do conselho de administração da Eletrobras realizada em 24 de março, ela se juntou a outros dois conselheiros que votaram contra a indicação de Limp, pela União.
A MegaWhat apurou que ela, Mauro Cunha e Felipe Villela Dias votaram pela indicação de Antonio Varejão Godoy, assistente da presidência da Chesf e ex-diretor de Geração da Eletrobras.
Segundo a ata, que não traz o nome de Varejão mas aponta que os três conselheiros votaram no “candidato concorrente”, Casasanta disse entender que a gestão das empresas Eletrobras é muito complexa e exige um candidato com perfil adequado ao desafio na festão de seus ativos e pessoas.
Ela se queixou ainda do desalinhamento entre o processo interno de sucessão, para o qual foi contratada a consultoria especializada Korn & Ferry, e a indicação tardia da União de um nome de sua preferência. “Muito embora reconheça o direito de o acionista controlador participar deste processo e formular proposta de candidatos, entende que o rito procedimental deveria ter sido mais bem alinhado e respeitado”, diz a ata da reunião.
O conselheiro Villela Dias também votou em Varejão, por considerá-lo mais bem preparado para assumir a cadeira de presidente da Eletrobras.
Essa é a segunda baixa no conselho da estatal por dissidentes da indicação de Limp. Mauro Cunha, que também votou em Varejão, apresentou sua renúncia logo depois da reunião do conselho. À MegaWhat, ele disse que a Eletrobras é uma empresa complexa e que exige experiência comprovada em gestão no seu comando.
“A Eletrobras tem uma diretoria absolutamente sobrecarregada, que precisa de um executivo com capacidade de gestão”, disse Cunha à MegaWhat. Segundo ele, como Limp nunca administrou uma empresa, há justificada incerteza sobre seu futuro desempenho à frente da Eletrobras. “E não é uma empresa qualquer, é uma empresa que sua para fechar o balanço. Não é um passeio no parque”, afirmou, em entrevista dada em 25 de março.
Já os votos favoráveis a Limp, que prevaleceram na eleição, destacaram que a Eletrobras hoje possui uma diretoria executiva experiente e bem qualificada, que vai ser capaz de prestar todo o apoio necessário ao novo presidente.
Além disso, os conselheiros apontaram que Limp atende melhor a demanda de defender a necessidade de aprovação da Medida Provisória (MP) 1.031, que trata da capitalização e, consequentemente, privatização da Eletrobras. Como esse processo deve ser a principal agenda da estatal nos próximos 12 meses e Limp tem comprovadas boas relações com o Congresso, ele foi considerado o nome mais adequado para o atual momento da companhia.
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