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Leilão de reserva de capacidade deve resultar em encargo de R$ 4,80/MWh, estima MegaWhat

Leilão de reserva de capacidade deve resultar em encargo de R$ 4,80/MWh, estima MegaWhat

A contratação de reserva de capacidade no leilão dessa terça-feira, 21 de dezembro, vai resultar num encargo de cerca de R$ 4,80/MWh, assumido por todos os consumidores, de acordo com análise da MegaWhat Consultoria.

O certame, o primeiro do tipo, contratou a disponibilidade de 4,6 GW de potência, ao preço médio de R$ 824.553,00 por MW/ano, deságio de 15,34% em relação ao preço teto de R$ 974 mil por MW/ano.

As termelétricas contratadas receberão a receita fixa conforme o preço ofertado no leilão, somando uma receita fixa anual de R$ 3,446 bilhões. Considerando a previsão de carga para 2026 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a MegaWhat chegou a projeção dos encargos que irão suportar os custos contratados no certame. 

Quando as usinas forem despachadas, elas receberão conforme seu Custo Variável Unitário (CVU), que tinha sido fixado no teto de R$ 600/MWh para o certame. Se o CVU for maior que o PLD vigente, a diferença irá compor outro encargo, o encargo de serviço de sistema (ESS).

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Os custos podem podem ser maiores pois uma liminar permitiu que usinas com CVU acima de R$ 600/MWh participassem do leilão. Por causa das liminares, foram contratadas as termelétricas a óleo combustível Global I e Global II, com disponibilização de 126,3 MW de potência cada, Geramar I e II, com 145,5 MW cada, e Viana, com disponibilização de 166,4 MW. Também entraram as usinas a diesel Potiguar  e Potiguar III, com disponibilização de 45,5 MW e 48,5 MW cada, respectivamente.

O governo informou que pretende reverter essas liminares, mas ainda não se sabe se a potência delas irá ser contratada num futuro certame, a ser realizado no primeiro semestre de 2022, ou se os próximos empreendimentos “da fila”, que participaram do leilão mas que não saíram vencedores, serão convocados.

Assumindo que as liminares caiam, e o governo contrate a mesma potência de usinas a gás natural com o valor médio das usinas a gás vencedoras do certame de hoje, a receita fixa total – e o encargo suportado pelos consumidores – praticamente não sofreria alterações, de acordo com Lucas Frangiosi, analista setorial da MegaWhat.

“Entretanto, quando essas usinas entrassem em operação e gerassem energia, haveria um benefício importante na comparação com as termelétricas contratadas por força da liminar, dado o CVU mais caro das usinas a óleo”, explicou Frangiosi. Isso porque o CVU das usinas a gás tende a ser relativamente mais baixo, com menor chance de ficar acima do PLD e se transformar em ESS.

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