Os primeiros-ministros do Reino Unido, Boris Johnson, do Canadá, Justin Trudeau, e da Holanda, Mark Rutte, afirmaram nesta segunda-feira, 7 de março, que a dependência do gás natural e petróleo da Rússia não será resolvida de uma vez. Para eles, ela ocorrerá “passo a passo” e de acordo com as condições de cada país, que têm níveis de dependência diferentes para garantia energética.
“Não devemos nos enganar. Precisamos garantir que isso (sanção sobre o setor) não gere riscos que não sejam administráveis aos países europeus, inclusive para a Ucrânia. Como alertou hoje o chanceler alemão, Olaf Scholz. Isso significa que a gente ainda precisa que as empresas europeias mantenham seus trabalhos com a Rússia, isso é importante”, disse o primeiro-ministro Mark Rutte.
Além disso, cada país possui um grau de dependência do fornecimento russo, “e não dá para simplesmente fechar o suprimento de petróleo que vem da Rússia, é uma coisa que nenhum país do mundo poderia fazer. O Reino Unido pode fazer isso mais rápido, outros também, mas as necessidades são diferentes”, disso Boris Johnson.
Autossuficiente na produção de petróleo e energia, o Canadá já baniu os contratos de fornecimento com a Rússia, mas entende a restrições dos demais países, e que eles já estão conscientes de que a parceria precisa terminar.
“Estamos vendo uma mudança na Europa e outros país, que passaram a entender que a Rússia não é mais um parceiro confiável. Vladimir Putin trouxe esse dado e quebrou a confiança, por isso vários países europeus estão pensando nisso agora, porque sabem que é ruim depender do petróleo russo e que não podem cometer novamente esse erro”, falou Justin Trudeau.
O primeiro-ministro do Reino Unido ainda destacou que tem conhecimento que as sanções serão refletidas na alta do preço do petróleo, que já está acontecendo e impactando diferentes países em todo o mundo, mas que sente que esse é o certo a fazer. Entre as estratégias de Johnson para conter a dependência, está a geração nuclear e energias renováveis.
“Reforçamos a nossa visão de afastar essa dependência da Rússia e que tenhamos fornecedores substitutos. Agora avaliamos como possibilidade a utilização das nossas reservas, para que o Reino Unido use a sua produção doméstica. Isso não significa que vamos reduzir o nosso compromisso de redução das emissões de gás carbônico, mas precisamos fazer isso como reflexo da realidade a nossa volta”, completou o primeiro-ministro britânico.