A cogeração de energia fechou o mês de outubro com uma capacidade instalada total de 20,3 GW, representando 10,8% da matriz elétrica brasileira, de 187,21 GW. Segundo a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), o montante é resultado, principalmente, da instalação de novas usinas, totalizando 607,5 MW, e a ampliação da capacidade instalada, com 155,9 MW.
O levantamento, feito com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), destacou o incremento de 135 MW derivados do uso do bagaço de cana-de-açúcar das usinas Entre Rios (GO), Boa Esperança (MG) e Vale do Pontal I (MG), bem como de 2,86 MW da usina de biogás Asja Jaboatão (PE).
Apenas o bagaço de cana-açúcar foi responsável por 12,2 GW instalados, originários de 650 usinas, e equivalente a 60,1% do total da cogeração registrada. Outras fontes de energia também aparecem no levantamento da Cogen, sendo: o licor negro (3,407 GW), com 21 usinas; gás natural (3,2 GW), com 93 usinas; cavaco de madeira (880 MW), com 70 usinas; e biogás (371 MW), com 50 usinas. Outras fontes somam 288 MW instalados, com 31 usinas.
Nos dez primeiros meses de 2022, a Cogen verificou o acréscimo de 763,4 MW de capacidade instalada da cogeração, chegando a 91,4% dos 835 MW previsto pela Aneel para este ano.
Ranking estados de cogeração
No ranking por unidades da federação de cogeração por biomassa, o estado de São Paulo lidera a lista com 7,5 GW instalados. Em seguida estão Minas Gerais, com 2 GW instalados, Mato Grosso do Sul, com 1,9 GW, Goiás, com 1,5 GW, Rio de Janeiro e Paraná (ambos com 1,3 GW instalados), e Bahia (1,1 GW).
Entre os cinco setores industriais que mais usam a cogeração estão o Sucroenergético (12,254 GW), Papel e Celulose (3,262 GW), Petroquímico (2,305 GW), Madeireiro (832 MW) e Alimentos e Bebidas (638 MW).
Segundo o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho, a cogeração a biomassas tem sido essencial para garantir a segurança energética do país. “No ano de 2021 as biomassas foram responsáveis pela preservação de 14 pontos percentuais nos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, onde está o principal mercado consumidor do país. As biomassas entregam essa energia principalmente no período de safra, ou seja, entre os meses de abril e novembro, quando a região é mais afetada pelo período seco”.