Enquanto lida com questões envolvendo o fim da isenção das tributações sobre os combustíveis, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva deve avaliar até abril deste ano o aumento do percentual do biodiesel adicionado ao diesel de 10% para 15%, conforme resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), publicada em novembro do ano passado.
O aumento foi discutido ao longo de 2022 pelo conselho, que havia reduzido anteriormente a mistura do biodiesel como uma saída do governo de Jair Bolsonaro para evitar uma pressão ainda maior do preço do combustível no setor de transportes. Para a Confederação Nacional do Transporte (CNT), o eventual acréscimo do teor do biocombustível pode ampliar a poluição atmosférica de ônibus e caminhões no Brasil.
A CNT argumenta que o aumento do percentual do biodiesel na mistura obrigatória ao diesel diminui a eficiência energética dos motores, aumentando o consumo dos veículos e prejudicando o meio ambiente, fazendo com os veículos passem a emitir mais poluentes, especialmente óxido de nitrogênio.
“A experiência da utilização de 13% de biodiesel ocorrida no passado já comprovou isso. Há diversos relatos de panes súbitas em ônibus e caminhões, que se desligaram sozinhos durante funcionamento em rodovias. Isso pode provocar acidentes com vítimas fatais, o que preocupa todo o setor de transporte no Brasil”, afirma a confederação.
Além disso, a entidade afirma que o possível acréscimo pode gerar custos adicionais ao valor do frete, que serão transferidos a toda população, o que pode resultar em acréscimos inflacionários ao transporte e, por consequência, aos produtos consumidos e exportados.