A Celg-D tem potencial para se tornar o principal ativo do portfólio da Equatorial Energia, conforme destacou Augusto Miranda, presidente da Equatorial Energia, durante teleconferência de resultados com investidores.
A distribuidora de energia Goiás foi adquirida pela companhia em dezembro de 2022 por R$ 8,5 bilhões, incluindo a assunção de R$ 7 bilhões em empréstimo dentro do grupo Enel, antiga controlada. Em janeiro deste ano, a Equatorial emitiu R$ 7 bilhões em debêntures – títulos de crédito – pela distribuidora goiana, do montante, cerca de R$ 6,5 bilhões já foram utilizados para pré-pagamento do passivo, o que pode alongar o perfil de dívida da companhia, conforme Miranda.
Durante a teleconferência, o executivo também destacou que a companhia “não deixará as oportunidades de lado”, ao se referir ao leilão de transmissão, previsto para ocorrer em 30 de junho de 2023.
“É um leilão que vai ter oportunidade para todo mundo. Temos a questão do próprio fornecedor da mão de obra, do material, então entendemos que nesse leilão pode surgir oportunidades. Também estamos atentos em oportunidade de leilão com retornos mais baixos”, disse.
Sobre a posição do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de renovar as concessões que vencem nos próximos anos de forma não onerosa, o presidente da Equatorial Energia afirmou que aguarda a abertura de uma consulta pública para tratar sobre o tema.
“Estamos aguardo a abertura de uma consulta pública, possivelmente para o dia 10 de abril, segundo voto que foi lido no Tribunal de Contas de União ao abordar esse assunto. Mas, nesse meio tempo seguimos atuando junto à Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia (Abradee)”, afirmou.
Equatorial 4T22
A Equatorial Energia registrou lucro líquido ajustado de R$ 679 milhões no 4T22, aumento de 18,5% em relação ao mesmo período de 2021. No acumulado do ano, o lucro da empresa recuou 1,8%, para R$ 1,865 bilhão.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 2,35 bilhões, alta de 37,5% na base de comparação anual. Já a receita líquida da companhia chegou aos R$ 7,9 bilhões no período, redução de 1,7%.
No segmento de geração distribuída, a companhia apresentou um aumento consolidado de 4,9% no quarto trimestre de 2022, em relação ao período homólogo, atingindo 9.141 GWh, com destaque para Rio Grande do Sul (+6,0%), Maranhão (+5,7%) e Pará (+5,2%). Para Miranda, o crescimento da GD ocorreu graças as reduções de DEC em todas as distribuidoras da companhia.