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Comerc mira em metas de longo prazo das empresas e lança mesa de trading de crédito de carbono

A Comerc Energia lançou uma mesa de operações de crédito de carbono, que vai envolver a venda dos créditos gerados por seus projetos de geração renovável, além da aquisição de créditos de terceiros para atender as necessidades de seus clientes. Os créditos de carbono se somarão aos I-RECs (certificados de energia renovável) como ofertas aos clientes que busquem descarbonizar suas operações em escopo 1, 2 e 3.

Comerc mira em metas de longo prazo das empresas e lança mesa de trading de crédito de carbono

A Comerc Energia lançou uma mesa de operações de crédito de carbono, que vai envolver a venda dos créditos gerados por seus projetos de geração renovável, além da aquisição de créditos de terceiros para atender as necessidades de seus clientes.

Os créditos de carbono se somarão aos I-RECs (certificados de energia renovável) como ofertas aos clientes que busquem descarbonizar suas operações em escopo 1, 2 e 3.

Por enquanto, a empresa não abriu as metas e objetivos com essa nova modalidade de trading, por ainda ser um mercado pequeno e voluntário no Brasil. “Queremos entender e estar ao lado do cliente na descarbonização”, disse Thiago Natacci, diretor de Comercialização na Comerc Trading, durante evento de lançamento da ferramenta.

O primeiro passo envolve oferecer aos clientes o Comerc Impacta, uma ferramenta lançada em agosto do ano passado que faz o inventário das emissões de gases de efeito estufa dos seus clientes, e que propõe um plano de ação com medidas para a descarbonização.

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Esses mesmos clientes poderão trabalhar com os créditos de carbono, vendendo, comprando ou contratando a consultoria especializada da Comerc para orientá-los durante o processo.

“É um mercado em expansão mas ainda com muitas dúvidas sobre a qualidade dos créditos e o que eles representam. Saímos na frente numa mesa de trading de créditos de carbono, que vai nos dar a experiência para podermos colocar isso dentro de uma estrutura que o consumidor ou comprador do crédito saiba exatamente o que está comprando”, disse Cristopher Vlavianos, presidente do conselho da Comerc.

Enquanto os I-RECs ajudam a reduzir as emissões no escopo 2 – ligadas ao consumo energético -, os créditos de carbono terão a função de compensar as emissões em escopo 3, as indiretas que acontecem na cadeia de valor da empresa. Muitas grandes empresas têm metas envolvendo escopo 3 para 2030 em diante.

“Muitas vezes, as emissões do escopo 3 são maiores que a soma dos escopos 1 e 2. Quando as empresas começarem a se preocupar com escopo 3, vão ter que classificar os fornecedores que tenham responsabilidade ambiental ou que reduzam, compensem as emissões. Esse mercado tem a tendência de crescer muito rápido, e nesse contexto buscamos antecipar a mesa de carbono”, disse Vlavianos.

Segundo Natacci, das mais de 170 metodologias para certificação de créditos de carbono, no Brasil as mais comuns são ligadas à energia renovável e a natureza. A Comerc vai emitir créditos, mas também vai negociar e comprar de outros clientes para oferecer ao mercado, não ficando limitados aos créditos provenientes de geração renovável de energia. “A Comerc vai vender o que o cliente quiser comprar”, disse.

Dona de 50% da Comerc, a Vibra Energia enxerga a iniciativa com bons olhos, até pelas possíveis sinergias da oferta desse serviço aos seus clientes. “Queremos alavancar nossos clientes, buscar essa sinergia enorme de negocios. Essa mesa terá mais de um tipo de oferta”, disse Ernesto Pousada, CEO da Vibra.

Embora a empresa ainda não dê projeções sobre o tamanho desse mercado, a ideia é que seja um negócio que dê retornos “bons” ao grupo.

“Assim como vendemos energia elétrica e combustíveis, vamos comprar e vender créditos de carbono para clientes que desejam fazer o gerenciamento da descarbonização. Não é um produto para atrair clientes, com viés de marketing, é uma linha de negócio onde esperamos ter retornos atrativos na Comerc e na Vibra”, disse André Dorf, CEO da Comerc.

O ritmo de crescimento do mercado, porém, depende de diversas outras questões, inclusive do avanço de uma legislação para criar o mercado regulado no Brasil.

Atualmente, há três projetos de lei em discussão no Congresso sobre o tema, e o governo pretende apresentar seu próprio texto, via um novo texto ou substitutivo de um dos existentes.

Segundo Natacci, a empresa não tem um “preferido” entre os textos propostos. “Gostaríamos que esse projeto de mercado regulado levasse em consideração parte do mercado voluntário”, disse.