O texto final do programa Combustível do Futuro, que vai buscar a descarbonização da matriz de transporte do país, por meio do incentivo a indústria dos veículos híbridos e do aproveitamento de combustíveis renováveis, pode atrair em torno de R$ 60 milhões em investimentos em indústrias do diesel verde no Brasil. Essa é a expectativa do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, compartilhada com parlamentares durante reunião na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 29 de agosto.
“O mundo vai passar a valorar a questão dos produtos ambientalmente produzidos. Tanto acredito nisso, que nós estamos enviando para essa Casa um projeto revolucionário, que é o projeto combustível do futuro, nos próximos dias. Falta apenas a assinatura do ministro [da Fazenda Fernando] Haddad e do ministro [do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Gerado] Alckmin”, disse Silveira durante sessão da comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
Entre as principais medidas, o projeto pretende elevar a mistura do etanol anidro na gasolina comum de 27,5% para 30% para melhorar a octanagem da gasolina e possibilitar à população motores a combustão mais eficiente. A octanagem é a capacidade que o combustível tem de resistir a altas temperaturas na câmara de combustão, sem sofrer detonação, quando exposto ao ar, ou seja, quanto maior a octanagem, maior a resistência à detonação.
Além da mistura, o programa Combustível do Futuro deve tratar de outros biocombustíveis, como o combustível sustentável de aviação (SAF) e o biodiesel.
“É uma grande expectativa do mundo, pelas nossas potencialidades conhecidas e naturais. E que a gente possa ser o protagonista da descarbonização da matriz do setor aéreo”, disse o ministro.
O programa Combustível do Futuro tinha sido inicialmente criado no governo anterior, pelo então ministro Bento Albuquerque, e depois engavetado pelo seu sucessor, Adolfo Sachsida. Em abril, Silveira relançou o programa, com a promessa de enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional para valorizar a mobilidade sustentável de baixo carbono, com biocombustíveis como etanol e SAF, além de estimular a produção de veículos flex híbridos.
Em junho, Silveira chegou a prometer que o PL chegaria ao Congresso na semana seguinte, o que acabou não acontecendo.
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