Em coletiva de imprensa sobre os resultados do terceiro trimestre da Petrobras, o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, confirmou que o polo Gaslub, na região metropolitana do Rio de Janeiro, deverá ter uma térmica a gás natural. “No plano 2023-2027 estava considerada, então no site vai ter uma térmica a gás como previsto”. Em junho, o diretor havia dito a jornalistas que a usina estava “em análise” junto com outros ativos térmicos da empresa.
Ainda em relação ao Gaslub, antigo Comperj, o diretor Financeiro da Petrobras, Sergio Caetano Leite, disse que a expectativa é que a planta esteja pronta no segundo semestre de 2024. “É um projeto composto por 24 contratos, dos quais 23 estão finalizados. Resta apenas a UPGN [unidade de processamento de gás natural], que está em dia com a previsão para entrada em operação”.
O Comperj, em Itaboraí (RJ), tinha sido concebido como polo petroquímico no início dos anos 2000, e teve as obras suspensas em meio à Operação Lava-Jato, em 2015. Anos depois, a Petrobras retomou o projeto, agora chamado Polo Gaslub, a fim de receber a UPGN que receberá gás natural do pré-sal da Bacia de Santos, por meio do gasoduto Rota 3.
As declarações foram dadas nesta sexta-feira, 10 de novembro, em coletiva de imprensa da diretoria da Petrobras sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre.
Menos investimentos
Na ocasião, os executivos comentaram a redução de 18,75% nos investimentos da empresa para 2023, que agora são de US$ 13 bilhões em vez dos US$ 16 bilhões previstos no começo do ano. Segundo explicou o diretor Financeiro Sergio Caetano Leite, isso se deve a dificuldades do mercado fornecedor, que está passando por “consequências imprevisíveis” ainda em decorrência da pandemia de covid-19.
“Quando fizemos esse planejamento estratégico, a pandemia já era um fato consolidado, mas foi reverberando nas camadas do mercado fornecedor e trazendo consequências que não são previsíveis. Essa é a razão pela qual a gente tem avançado nas datas e isso tem reduzido o Capex previsto para esse ano”, disse Leite. O diretor ainda ressaltou que, apesar da queda nos investimentos, a curva de produção para 2023 e 2024 não sofreu alterações.
Produção de até 10 mil m³ por dia de diesel 5% renovável
Os diretores de Processos Industriais da Petrobras, William França, e de Logística, Comercialização e Mercados, Claudio Schlosser, também comentaram sobre o aumento na capacidade de processamento de diesel R5, que usa 5% de matéria renovável.
França anunciou que em 2024 a capacidade de processamento do diesel R5 deve chegar a 10 mil m³ por dia, depois que a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) começar a desempenhar a atividade, em dezembro. Atualmente, o diesel R5 é processado nas refinarias Presidente Getúlio Vargas (Repar) de Cubatão (RBPC) e de Paulínia (Replan), que recebeu a primeira carga de óleo vegetal nesta semana.
No Brasil, ainda não há mandato para uso mínimo de matéria renovável no diesel. Mas, segundo o diretor Claudio Schlosser, a demanda pelo combustível é crescente. “A frota de ônibus urbanos em Araucária é atendida pelo diesel R5. Recentemente fizemos uma parceria com o grupo SIM que prevê disponibilidade de 4 mil m³ por mês, podendo ser estendido para mais 2 mil m³ de diesel R. O mercado, apesar de voluntário, tem crescido, a demanda tem aumentado significativamente, e a gente espera desenvolver mais parcerias”.
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