Óleo e Gás

Transição energética do setor de petróleo e gás deve seguir estratégias individuais, defende Opep

A redução de gases de efeito estufa na transição energética deve ocorrer nos setores de petróleo e gás natural, mas seguindo as estratégias traçadas por cada país, afirmou o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Haitham Al Ghais. O comunicado foi publicado nesta segunda-feira, 27 de novembro, antecedendo o encontro da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28), que acontecerá em Dubaí, nos Emirados Árabes Unidos.  

Transição energética do setor de petróleo e gás deve seguir estratégias individuais, defende Opep

A redução de gases de efeito estufa na transição energética deve ocorrer nos setores de petróleo e gás natural, mas seguindo as estratégias traçadas por cada país, afirmou o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Haitham Al Ghais. O comunicado foi publicado nesta segunda-feira, 27 de novembro, antecedendo o encontro da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28), que acontecerá em Dubaí, nos Emirados Árabes Unidos.  

Citando o Acordo de Paris, em que consta a abordagem “bottom-up” (de baixo para cima), a nota de Ghais critica o estudo lançado pela Agência Internacional de Energia (AIE) na última semana, afirmando que as empresas do segmento estão tendo um “papel marginal” nos esforços para uma matriz energética mais limpa. 

“Empresas de óleo e gás respondem por 1% dos investimentos globais em energia renovável, e 60% deste total vem de apenas quatro companhias”, informa o relatório.

Para a Opep, o discurso da agência de que o setor precisa “escolher entre alimentar a crise climática ou abraçar a transição para energia limpa” simplifica extremamente os desafios presentes e subestima questões como segurança energética, acesso à energia e a acessibilidade energética.  “[O relatório] também difama injustamente a indústria como causadora da crise climática”, defendeu Ghais. 

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Segundo o secretário-geral, as sugestões feitas pela agência internacional para que as empresas alcancem o Net Zero limitam suas ações e as escolhas “soberanas dos países produtores de petróleo e gás natural, por meio da pressão”. 

Na nota, o cartel ainda criticou o posicionamento da agência sobre a adoção de tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) e destacou o seu uso, já que os desafios energéticos futuros são enormes e complexos.  

“Todos devem andar de mãos dadas para reduzimos as emissões. Isso requer grandes investimentos em todas as energias, todas as tecnologias e uma compreensão das necessidades de todos os povos. Na OPEP, repetimos que acreditamos que o mundo tem que se concentrar na tarefa de reduzir as emissões, e não na escolha de fontes de energia”, ressaltou. 

Al Ghais continuou o comunicado destacando que existem grandes investimentos a serem feitos, via novas tecnologias e/ou através do hidrogênio renovável.  

COP 

Em outubro, Haitham al-Ghais confirmou a presença do cartel na COP28, inclusive com um pavilhão dentro do espaço oficial da ONU, sendo a primeira vez que a indústria petroleira conta com um espaço próprio na conferência.  

“Espero que todas as vozes estejam na mesa na COP28. A indústria do petróleo estará lá, e nós também”, afirma al-Ghais. 

Neste ano, a presidência da COP28 buscou incluir as empresas de petróleo e gás nas discussões sobre a transição energética e ação climática, a despeito do setor ser o principal responsável pelas mudanças do clima. Segundo o presidente-designado da COP, Sultan al-Jaber, a ideia é tornar a indústria de combustíveis fósseis como “parte da solução” da crise climática.