Em 2023, as vendas de asfalto da Petrobras atingiram 2,5 milhões de toneladas, maior quantidade desde 2014. A empresa atribui o resultado à “eficiência e disponibilidade operacional do parque de refino”. Ao longo do ano de 2023, as refinarias da estatal atingiram índices elevados de fator de utilização (FUT), com média de 95,8% no terceiro trimestre.
A atual diretoria da Petrobras, que assumiu o comando em 2023, tem dado destaque às operações de refino da companhia – uma diferença em relação à estratégia anterior de desinvestimentos, que incluía a venda de metade da capacidade de refino da empresa, seguindo acordo firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Novo asfalto reduz em até 65% emissões de gases-estufa
Em dezembro, a Petrobras comunicou o lançamento do cimento asfáltico de petróleo CAP Pro W 30/45, que pode ser aplicado a temperaturas mais baixas que os cimentos asfálticos tradicionais da categoria.
Segundo a Petrobras, a redução da temperatura no processo de aplicação pode chegar a 40 °C. Com isso, há redução na intensidade de carbono, menores custos na cadeia de pavimentação e melhores condições de trabalho. A estimativa é que a aplicação a temperaturas mais baixas reduza em até 70% os vapores gerados pela alta temperatura do produto, chamados “fumos” do asfalto. A estatal informa que, no geral, o novo asfalto reduz em cerca de 65% a emissão de gases de efeito estufa.
Em julho, a estatal lançou o asfalto CAP Pro AP, que pode utilizar cerca de 25% de conteúdo reciclado.
Retomada do refino e cancelamento de contrato
Em 2023, a Petrobras deu uma guinada em sua estratégia de refino, que até então previa a venda de oito refinarias após acordo com o Cade.
Em abril, a diretoria da Petrobras informou que iria rever os acordos de desinvestimentos ainda não assinados. Em junho, a empresa retomou as obras na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), que estavam paradas desde 2015 em meio a suspeitas de superfaturamento. Em novembro, a estatal cancelou a venda da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor) e solicitou ao Cade a revisão do acordo de desinvestimento. A reestatização de refinarias também é defendida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Além disso, a Petrobras tem comentado a intenção de tornar suas operações de refino mais sustentáveis, por meio da adoção de hidrogênio verde e do investimento em autoprodução de energia.
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