O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a venda da Gas Opportunity MV20 B.V. – empresa que detém o FPSO Cidade de Santos – para a Enauta, em despacho publicado nesta quarta-feira, 24 de janeiro, no Diário Oficial da União (DOU). Essa é a terceira transação da Enauta aprovada pelo Cade em janeiro.
A Enauta comunicou a compra da embarcação em dezembro de 2023, junto com a aquisição dos campos Uruguá e Tambaú, localizados no pós-sal da Bacia de Santos, em negócio fechado com a Petrobras.
O FPSO era propriedade da Modec e estava arrendado para a estatal brasileira, para operação nos campos adquiridos pela Enauta. A plataforma tem capacidade para produzir 25 mil barris de óleo e 10 milhões de metros cúbicos de gás por dia e de estocar 700 mil barris.
A venda foi fechada por US$ 48,5 milhões, dos quais US$ 7,275 milhões foram pagos na assinatura do contrato. O saldo remanescente seria pago no fechamento da transação.
Para a Enauta, a aquisição dos campos da Petrobras e do FPSO Cidade de Santos é vantajosa pela possibilidade de integração com outros ativos da empresa.
“A Enauta fez a aquisição de um conjunto de ativos aos quais pode agregar valor, ampliando seu portfólio. A sua localização na Bacia de Santos, perto de Atlanta e Oliva, permite a criação de um cluster operacional e a captura de sinergias”, declarou em nota o presidente da Enauta, Decio Oddone, no anúncio das transações.
Outras transações:
Neste mês, foi autorizada a compra pela Enauta de 23% da participação dos campos Abalone, Ostra e Argonauta, da Qatar Energy, numa operação que envolveu o pagamento de US$ 150 milhões pelos ativos.
Os campos formam o Parque das Conchas, localizado em águas profundas na Bacia de Campos. Com a aquisição, a empresa passa a ter como sócias a Shell (50%) e a ONGC (27%).
Segundo a Enauta, a produção atual do Parque das Conchas é da ordem de 35 mil barris de óleo equivalente por dia, por meio de 25 poços conectados à plataforma afretada FPSO Espírito Santo. Os contratos de concessão atualmente têm vigência até 2032.
Em outro caso, a Petrobras assumiu a participação de 20% dos direitos e obrigações da Enauta Energia nos blocos exploratórios ES-M-598_R11 e ES-M-673_R11, na Bacia do Espírito Santo, e do qual a estatal era a operadora e titular de 80%.
Com essas negociações, a Enauta sai de ativos exploratórios, de maior risco, e assume campos maduros, com reservas comprovadas.
Como justificativa para a realização da operação, a Enauta disse ser uma decisão estratégica, que está em linha com seu planejamento e o cronograma de retorno de investimentos por ela pretendido.