O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu uma “união dos lobbies” do setor elétrico por um objetivo comum, para evitar que o “mesmo que está acontecendo com a Amazonas Energia aconteça em todo o setor elétrico”.
Ao participar de um evento com a temática da justiça tarifária, organizado pelo MME e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Silveira direcionou críticas aos desequilíbrios da tarifa, falou sobre a “injustiça” da geração distribuída que beneficia os mais ricos, e chamou a autoprodução por equiparação de “oportunista”.
“Estamos à beira do colapso do setor elétrico brasileiro, que está comprimindo a economia nacional, sufocando a classe média e o pobre, que paga a maior parte da conta, porque não tem condição de ter geração distribuída e nem de gritar em Brasília e se defender”, disse.
O evento de hoje, segundo Silveira, foi uma iniciativa para ouvir “democraticamente os mais qualificados profissionais do Brasil”, para que o governo possa apresentar um projeto de lei ou uma medida provisória que garanta sustentabilidade ao setor elétrico.
O ministro criticou ainda o crescimento dos encargos e subsídios, especialmente a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
“É muito mais fácil colocar na CDE e o consumidor pagar, do que achar espaço no Orçamento Geral da União que, infelizmente, vem restringindo os investimentos públicos cada vez mais”, afirmou.
Segundo ele, a pressão do mercado sobre os gastos públicos atrapalha o combate da miséria, e há desproporcionalidade na divisão do rateio dos custos dos subsídios entre os consumidores.
“A rede não foi construída para atender todos da mesma forma? Temos inúmeras justificativas e milhares de números e gráficos para mostrar o quanto cada demanda setorial pode ser benéfica. Que é benéfica ao Brasil, não tenho dúvida, mas às custas de quem?”, questionou.