
A Eternit anunciou a suspensão da sua linha de produtos solares devido, principalmente, ao impacto da concorrência do mercado chinês, que comercializa placas fotovoltaicas de baixo custo. A companhia atua no segmento de sistemas construtivos por meio de seis empresas, sendo duas para o segmento solar: Eternit Solar e Tégula Solar
Em comunicado, Carisa Portela Cristal, diretora Financeira e de Relações com Investidores da empresa, destacou que, ao longo dos últimos anos, a Eternit buscou alternativas para ser mais competitiva no segmento de produtos fotovoltaicos, área que “não se mostrou viável, mesmo depois de esforços”. Segundo Cristal, após análise criteriosa, a companhia decidiu descontinuar o segmento.
A diretora enfatizou ainda que a área solar e a competição com os chineses resultaram em impactos financeiros de R$ 17,1 milhões no último trimestre de 2024.
Recuperação judicial da Eternit
Depois de seis anos, a companhia encerrou no ano passado seu processo de recuperação judicial após estabilização da forma de pagamento dos credores da classe I. Segundo Paulo Andrade, CEO da companhia, o processo serviu de aprendizado para a Eternit, que “sai preparada para novos desafios”.
“A companhia segue o seu compromisso com a saúde financeira, encerrando o ano de 2024 com uma dívida significativamente reduzida. [No entanto], ao longo dos últimos cinco anos, a Eternit buscou de forma incessante alternativas para tornar mais competitiva a linha de produtos fotovoltaicos, que não se mostrou viável, mesmo depois de todos os esforços desprendidos nesse objetivo, dessa forma, decidimos descontinuar este segmento. Este movimento teve influência do mercado de placas fotovoltaicas oriundas da China, que historicamente vem reduzindo o preço de seus produtos de forma recorrente, afetando todo o mercado fotovoltaico nacional”, disse em comunicado divulgado ontem em apresentação de resultados do quarto trimestre de 2024.
Resultados do 4T2024
A companhia encerrou o último trimestre do ano passado com um lucro líquido de R$ 8,3 milhões, redução de 90% frente a 2023. Também houve queda de 93% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), a 1,49 milhão.
A receita líquida, por sua vez, subiu 1,5%, para R$ 286,6 milhões, com o segmento de fibrocimento, core business da companhia, respondendo por 64% do faturamento.